Parte do Airbus da Air France que caiu no Oceano Atlântico quando ia do Rio de Janeiro a Paris é levada à terra para análise sobre as causas do acidente (Foto: AFP)
O acidente com o voo AF 447, que caiu no oceano Atlântico quando         ia do Rio de Janeiro a Paris, matando 228 pessoas, completa seis         meses nesta terça-feira (1º) sem que haja respostas sobre as         causas da tragédia. Até o fim deste mês, o Escritório de         Investigações e Análises da França (BEA), que está estudando o         caso, deve divulgar um relatório sobre as últimas descobertas,         mas, uma vez que as caixas pretas da aeronave não foram         encontradas, é possível que as investigações tomem ainda mais         tempo.
       
        Segundo o último relatório divulgado pelo BEA, em         5 de outubro, os elementos disponíveis para a investigação estão         sendo estudados pelos "maiores especialistas franceses e         estrangeiros". O Escritório diz que a análise continua, mas         é particularmente difícil "e é muito cedo para poder         descrever as circunstâncias do acidente e tentar         explicá-las." O texto pede grande prudência ao lidar com         esta investigação.
O Airbus A330 caiu no Oceano Atlântico após decolar do Rio de         Janeiro no dia 31 de maio, em direção a Paris. A aeronave seguia         um voo normal até a área de cobertura do radar, em Fernando de         Noronha, mas enfrentou turbulência, mal tempo e enviou mensagem         de pane alguns minutos depois, não voltando a fazer contato com         os controladores de voo. A investigação sobre as causas do         acidente pode levar mais um ano.
       
        Em novembro, durante homenagem às vítimas, o         ministro francês Alain Joyandet afirmou que o governo francês         espera retomar as buscas pelas caixas pretas em fevereiro de         2010. “Já houve acidentes do mesmo tipo em que se conseguiu         encontrar a caixa preta. O avião está a 4 mil metros de         profundidade, mas isso não torna impossível e não nos impede de         fazer essa busca”, disse o ministro.
       
        Uma das possíveis causas apontadas por         investigadores de acidentes aéreos independentes é de que houve         falha nos sensores de velocidade do avião. O Airbus A330 da Air         France registrava leituras "inconsistentes" de         velocidade antes de cair no oceano Atlântico. A BEA rechaçou as         alegações de que defeitos em sensores de velocidade foram a         causa do acidente, mas autoridades internacionais de aviação         sugeriram a substituição definitiva das peças. 
Processos
Desde o acidente, uma série de processos foram abertos contra a         companhia aérea e outras empresas ligadas a ela por parentes de         vítimas. A maior parte dos processos fala em negligência por         conta de peças como os sensores de velocidade.
       
        Um advogado norte-americano entrou com processo em         outubro contra a fabricante de aviões Airbus e várias         fornecedoras do setor aéreo, em busca de compensações não         especificadas em nome dos familiares de passageiros que morreram         quando um voo da Air France caiu na costa brasileira.
       
        O processo afirma que os reclamantes, parentes de         alguns dos mortos no acidente com o voo Air France 447,         "sofreram uma perda de apoio", além de outras perdas         como resultado das mortes. A ação foi enviada a um tribunal do         Estado norte-americano de Illinois. O avião Airbus A330 que caiu         no oceano era "defeituoso e irracionalmente perigoso",         afirma o advogado.
       
        Também são alvo da ação as fabricantes de peças         aeronáuticas Honeywell International, General Electric, Rockwell         Collins, Thales e a fabricante de chips Intel.
       
        Famílias alemãs e chinesas que perderam seus         parentes no acidente também decidiram abrir processos contra a         companhia aérea, a construtora e as autoridades francesas de         aviação civil, por negligência. Os advogados das famílias         residentes na Alemanha representam os parentes de 26 alemães e         oito chineses, que estão entre as 228 pessoas que morreram a         bordo do Airbus A330.
       
        Os advogados alegam que o acidente era         "previsível", já que problemas recorrentes com os         sensores de velocidade das aeronaves são descritos desde 1998,         mas "nem a Airbus, nem a Air France investigaram o problema         a fundo".
G1
 
 
              
 
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