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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Correios apostam em novos serviços



Os Correios têm interesse em montar, com a iniciativa privada, uma empresa aérea, conforme publicou o Valor no início do mês. Recentemente, a ECT sofreu seguidos contratempos com a quebra de aviões de pequenas companhias aéreas que lhe prestam serviços. Algumas delas têm menos de cinco aeronaves, o que compromete grande parte do potencial das empresas. Os principais fornecedores no setor aéreo aos Correios hoje são: Total, Airbrasil, Rio, Trip, Gol, TAM, VarigLog, NTA, ABSA e Webjet.

Com os problemas de algumas dessas empresas, entregas em todo o país têm sofrido atrasos. A ECT gasta, em média, R$ 400 milhões por ano com serviços aéreos. Com a empresa própria, teria mais segurança sobre o funcionamento dessa malha, podendo ter mais aviões de reserva, exemplifica o seu presidente.

O formato dessa empresa ainda será definido, mas estima-se que os Correios terão 49% das ações e a outra empresa, que contaria com apoio inicial do BNDES, teria 51% da participação, ou seja, o controle acionário. O modelo societário ainda não foi definido, mas poderá ser uma Parceria Público Privada (PPP), uma joint venture ou ainda outro formato.

Os Correios possuem, atualmente, cerca de R$ 4 bilhões em capital. Até há alguns anos, esse patrimônio permitia à empresa um certo conforto porque sua receita financeira era bastante elevada com a remuneração de juros. Nos últimos anos, porém, a ECT passou a ter mais dificuldades, mas ainda se mantém no azul. O número de correspondências carregadas pela empresa caiu em 1 bilhão nos últimos cinco anos, o que representa R$ 700 milhões a menos na receita, por ano. "Precisamos ter uma melhor configuração porque é claro que o volume de cartas cai significativamente, principalmente de uma pessoa física para outra."

Custódio destaca que, apesar da queda na demanda dos Correios, a infraestrutura da empresa tem pouca elasticidade. Por ser uma estatal, a ECT não pode demitir livremente, por exemplo.

Nos últimos anos, o USPS, o correio americano - que tem monopólio mais abrangente do que o da ECT no Brasil -, demitiu milhares de pessoas e estuda entregar correspondências apenas em três dias por semana. Mesmo assim, o USPS exige bilhões de dólares do governo dos EUA todo ano para cobrir o déficit, observa Custódio.

No Brasil, em 2008, entre impostos e dividendos, a ECT ainda rendeu R$ 2 bilhões ao governo.

Para Custódio, há grandes chances de os Correios serem competitivos ao concorrer com as empresas privadas de logística. "Eles atuam só no filé mignon", afirma o presidente da ECT, referindo-se à presença maior das empresas no Sudeste, onde estão 85% do faturamento da ECT. Já foram mapeados cerca de 2 mil concorrentes da estatal nesse mercado - de empresas de motoboys a aéreas - mas, para ele, a capilaridade da estatal garante a competitividade mesmo nos novos serviços. Não haveria custo maior para esses serviços de mão de obra ou transporte, por exemplo, já que os carteiros e os aviões dos Correios poderão ficar ociosos com o tempo. "Com a MP, vamos até continuar a crescer, porque hoje ninguém faz o que a gente faz e ninguém consegue fazer logística mais barato."

Um dos serviços que Custódio quer intensificar é o de assistência técnica de produtos, buscando-o na casa do cliente e levando-o para a empresa responsável. Esse serviço, chamado de logística reversa, já é adotado em fase preliminar para aparelhos celulares.

Segundo Custódio, transformando-se em uma estatal SA, como hoje são Petrobras e Caixa Econômica Federal, por exemplo, os Correios buscarão novos critérios de governança corporativa. A estatal foi o gatilho da maior crise política enfrentada pelo governo Lula, o Mensalão.

Custódio descarta a abertura de capital da estatal, mas assegurou que, como SA, a ECT vai buscar maiores padrões de governança corporativa, como publicar balanços periódicos e ter maior responsabilidade social. "Apesar do risco econômico, sempre teremos um importante papel estratégico e social por nossa presença em todo país."

Valor Econômico

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