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quinta-feira, 22 de abril de 2010

A maior vítima do vulcão



Um dos negócios mais fascinantes do mundo é também um dos mais arriscados. Desde seu nascimento, a aviação comercial se equilibra sobre o fio de uma navalha. As crises econômicas ou políticas, os limites da engenharia e da meteorologia, o terrorismo e a própria natureza, tudo conspira contra essa indústria magnífica que surgiu do sonho humano de voar e se tornou um grande negócio ao tornar o mundo moderno pequeno.

A aviação comercial trabalha com custos enormes e margens de lucro apertadas em relação a qualquer outro business moderno. Precisa estar em constante evolução – quem toparia viajar hoje em um velho DC-3? Tem de estar em dia com os avanços da tecnologia. Oferecer conforto, pontualidade, segurança – e tudo por um preço acessível a um número cada vez maior de usuários. Afinal, viajar de avião banalizou-se. De um jeito ou de outro, quase todo mundo quer voar.

Um acidente é o terror de qualquer companhia aérea. O comandante Rolim Amaro, fundador da TAM, disse certa vez que um desastre com um avião de sua companhia era um de seus piores pesadelos. Quando isso aconteceu, com o Fokker 100 que decolou de Congonhas e caiu no Jabaquara, em São Paulo, o comandante Rolim declarou que aquele tinha sido o pior dia de sua vida. Imagine o pesadelo dos CEOs da American Airlines e da United Airlines no fatídico 11 de Setembro de 2001...

Mas não são apenas os acidentes e os terroristas que ameaçam a aviação comercial. A natureza também é, por vezes, sua inimiga. Como aconteceu agora, com a erupção do vulcão islandês, que transformou os céus da Europa no inferno de Dante e impediu milhares de aviões de decolar.

Da noite para o dia, as companhias aéreas passaram a acumular prejuízos de US$ 300 milhões por dia. Essa já é considerada a pior crise da história da aviação comercial. Muito pior do que a que se viu após o “nine-eleven”, quando centenas de aviões ficaram entregues às moscas, estacionados num deserto dos EUA, e algumas companhias faliram.

Ainda é cedo para se ter uma avaliação dos estragos causados pelo vulcão aos caixas das companhias aéreas. Mas é certo que muitas precisarão de ajuda governamental para não quebrar, e algumas mesmo assim quebrarão. Os radares das companhias aéreas já as alertam para fortes turbulências financeiras à frente.

Precisou um vulcão explodir sob uma geleira perdida na remota Islândia para o mundo contemporâneo perceber, dramaticamente, como está dependente do avião. Esse invento genial, que tem pouco mais de um século de existência, mas que mudou nossa maneira de – literalmente – ver o mundo.

Irineu Guarnier Filho

zero hora

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