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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Senti o calor da explosão, diz testemunha de queda de avião

Avião caiu durante apresentação da Esquadrilha da Fumaça em Lages, a 200 km de Florianópolis Foto: Onéris Lopes/Divulgação

Avião caiu durante apresentação da Esquadrilha da Fumaça em Lages, a 200 km de Florianópolis.

O avião Tucano T-27 da Esquadrilha da Fumaça que caiu durante apresentação na tarde desta sexta-feira em Lages (SC) provocou pânico no público que assistia às acrobacias. O desastre matou o capitão Anderson Amaro Fernandes, piloto que atuava há quatro anos na Esquadrilha da Fumaça, mas poderia ter feito mais vítimas, segundo a dona de casa Maria José Teixeira Ciofi, 63 anos, uma das testemunhas.

Maria José, que estava com dois netos, disse que o avião não atingiu a plateia por muito pouco. "Passou perto. Ouvimos um barulho terrível e senti um calor muito forte depois que ele caiu", afirmou. "Sempre vou rezar para este piloto, pois acho que ele evitou que a tragédia fosse maior". Na opinião de Maria José, em seus últimos segundos de vida, Fernandes teve a preocupação de afastar o avião do público.

Um piloto da Base Aérea de Florianópolis que preferiu não se identificar destacou que Fernandes poderia ter ejetado da cabine instantes antes, mas que tal procedimento poderia causar uma tragédia ainda maior. Desgovernado, o avião poderia atingir o público. "Acredito que ele ainda tentou num último instante aterrissar de barriga, mas com a velocidade da aeronave isso era impossível", disse.

O capitão atuava há quatro anos na Esquadrilha da Fumaça e se aposentaria do chamado Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA) da Força Aérea Brasileira (FAB) ao final deste ano. Natural do Ceará, o oficial era um dos mais experientes da Esquadrilha da Fumaça e contabilizava mais de 200 apresentações, com 3,7 mil horas de voo.

A apresentação fazia parte das comemorações dos 68 anos do AeroLages (Aeroclube de Lages), um dos mais tradicionais do Estado, e era presenciada por cerca de 10 mil pessoas. A aeronave caiu entre a cabeceira da pista e uma rua secundária, a menos de 200 metros de onde estava o público.

O "fumaceiro" número sete, pilotado pela vítima, é o que realiza as acrobacias mais arriscadas. Ele realizou a "estol de badalo", seguido de um parafuo e lancevak isolado. Na manobra, faz uma descida e logo uma subida vertical, desce então em parafuso com o nariz para baixo, simulando uma queda. Ao se recuperar, gira sobre treis eixos de voo e encerra com um rasante. Justamente no último trecho, o capitão acabou se chocando ao solo.

A Aeronáutica abriu uma investigação para apurar as causas do acidente.

Outro caso
O mesmo local do desastre desta sexta-feira foi palco de um dos maiores acidentes aéreos já registrados em Santa Catarina. Dois aviões do Aeroclube de Lages se chocaram no ar matando onze pessoas no dia 18 de maio de 1997. Na ocasião, uma mulher que estava em solo morreu de parada cardíaca logo após presenciar a colisão.

Terra

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