 
     Aeroporto de Cumbica
— É melhor eu ligar para minha esposa. Tanta demora só significa uma  coisa: um rombo no meu cartão de crédito no free shop.
Homem aparentando 30 anos, para o amigo, no portão de  desembarque. 
— Vó, pede para a moça falar meu nome também!
Menina de aproximadamente 3 anos, depois de um anúncio da  Infraero chamando um passageiro.
— Como está o jogo?
— Pior que a pelada que rola no meu clube aos domingos.
Resposta de um homem de cerca de 30 anos a um senhor que acabara  de se acomodar perto de uma televisão que transmitia o jogo entre  Inglaterra e Argélia (0 a 0).
— Mãe, pode me empurrar no carrinho?
— Não, não é permitido correr aqui.
— Não tem balanço nem pode correr? Por que a gente veio?
Menina de uns 7 anos, sentada no carrinho de carregar bagagem,  para a mãe.
— Como você cresceu!
— Isso é óbvio, tio. Você deveria se impressionar caso eu estivesse do  mesmo tamanho.
Menino de cerca de 11 anos, para o tio, no desembarque.
— Só quero tirar uma foto, sem aquela coisa de “nunca mais vou lavar a  mão depois de tocar neles”. Não sei nem o voo nem o horário, nem sequer  tenho certeza se eles vão chegar hoje. Mas nem sou fã, só vim ao  aeroporto porque gosto de passear.
Garoto de 20 anos, vestido todo de preto, há sete horas  esperando a possível chegada da banda gótica italiana Lacuna Coil.
— Vó, por que eles estão falando desse jeito?
Garoto de 8 anos, sobre os parentes recém-chegados, que falam  espanhol.
— Quanto é esta mochila?
— Quinhentos reais.
— Tudo bem, vou levar.
Conversa entre um vendedor e um estrangeiro, em inglês.
— Vamos? O carro está um pouco longe.
— Podemos tomar um cafezinho antes? Quero apagar da minha língua o gosto  do café americano.
Homem de 40 anos, para o amigo que o recebeu no desembarque.
— Já sei o que quero ser quando crescer.
— O quê?
— Manobrista de avião.
Garoto de uns 12 anos, para o pai, na janela de vidro com vista  para o pátio de aviões.
— Eu deveria receber 10% só por deixar você explorar um estrangeiro  desse jeito sem falar nada.
Homem de terno e gravata de cerca de 30 anos, que estava  acompanhando o visitante.
— Eu também vou sozinha. Marido morreu, filhos trabalhando, netos na  escola... Eu quero é viajar!
Senhora com mais de 70 anos, para outra mulher, no meio de um  grupo prestes a embarcar em uma excursão.
— Vai treinando, e quem sabe até o fim da Copa você aprende a tocar  esse negócio. Mas torça para o Brasil chegar à final, ou não vai dar  tempo.
Mulher de 30 anos, para um homem da mesma idade que tentava, sem  sucesso, tocar uma vuvuzela.
  veja são paulo
 
 
 
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