As chances de um passageiro morrer ao voar com uma companhia aérea de países emergentes, como China e Brasil, são sete vezes maiores do que em companhias de países desenvolvidos.
Ainda assim, o risco de um voo resultar em um acidente fatal em nações em desenvolvimento é de apenas um em dois milhões.
Os dados constam de um estudo do pesquisador do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussetts) Arnold Barnett, publicado na última edição da Transportation Science, uma publicação trimestral especializada em transportes.
Para calcular os índices, Barnett dividiu a quantidade de acidentes aéreos com mortes ocorridos em cada país com ao menos 100 milhões de habitantes ou agrupamento de países menores entre 2000 e 2007 pelo total de voos ocorridos nessas regiões.
Empresas
No estudo, foram considerados os países de onde vem as empresas aéreas cujos aviões se envolveram os acidentes e não o país onde o acidente ocorreu.
Os resultados mostram que, nas empresas do grupo dos países ricos (que engloba EUA, Canadá, Japão, Israel, Austrália, Nova Zelândia, Europa Central e Ocidental), houve um acidente em que todos os passageiros morreram para cada 14 milhões de voos.
Entre as companhias aéreas países emergentes, grupo que agrega os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), Coreia do Sul e Cingapura, entre outros, onde o índice foi de um em dois milhões.
Embora a diferença em relação às companhias aéreas de nações desenvolvidas pareça expressiva, esse valor indica que, em teoria, um passageiro teria de voar uma vez por dia por 5,5 mil anos até morrer num acidente aéreo.
Nas nações pobres restantes, as chances de acidentes são de um em 800 mil.
Cerca de 200 milhões de voos foram registrados entre 2000 e 2007, dos quais aproximadamente cem resultaram em acidentes fatais.
Brasil
Na pesquisa, Barnett comparou os dados de acidentes de cada país com a média de dois grandes grupos em que foram alocados (um só com países do Primeiro Mundo e outro com as nações pobres ou em desenvolvimento).
Presente no segundo, o Brasil teve desempenho próximo à média do grupo. Dada a quantidade de voos ocorridos no país, a quantidade esperada de acidentes fatais era de 4,09. Mas foram registrados 4,73 acidentes.
O número é quebrado porque a fórmula leva em conta a porcentagem de passageiros mortos num acidente aéreo, e não o número bruto de acidentes com vítimas fatais.
Entre os Brics, só a Rússia teve desempenho proporcionalmente pior: houve 3,73 acidentes, quando se esperavam 2,02.
Já a Índia (com 0,87 acidentes contra 2,52 esperados) e a China (2,84 contra 8,35) ficaram bem acima da média do grupo.
Entre os países do Primeiro Mundo, os índices de acidentes por voo são uniformes, mas Israel e Japão, sem nenhum acidente registrado, se destacaram.
Das nações em desenvolvimento, a Nigéria, o grupo que comporta os outros países da África Subsaariana e a Indonésia têm os piores índices.
Comparados com estudos anteriores de aviação, os dados revelam que os números de acidentes aéreos com vítimas têm caído no mundo todo.
Dados de 1976 a 1986 compilados pelo próprio Barnett indicam que naquela época o índice de acidentes por voo era de 1 em 5 milhões no Primeiro Mundo e de 1 em 400 mil entre os países em desenvolvimento.
o globo
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