Acidentes  aeronáuticos geralmente são causados por fatores operacionais, que,  geralmente, tendem a se repetir. É muito raro ocorrer um acidente, sem  que haja um precedente.
Entretanto, por vezes isso pode acontecer. Em 20 de agosto de 2010, uma aeronave de fabricação tcheca Let-410, da empresa aérea congolesa Filair, fazia um voo regional entre Kinshasa e Bandundu, na República Democrática do Congo, completamente lotado. Seus pilotos eram o comandante belga Danny Philemotte, de 62 anos, e o copiloto britânico Chris Wilson, de 39 anos.
 O Let-410 envolvido no acidente era o 9Q-CCN, comprado pela Filair da Airest, uma companhia regional da Estônia, em 2009.
O  voo transcorreu normalmente, e os pilotos já estavam na aproximação do  aeroporto regional de Bandundu, quando um crocodilo invadiu subitamente o  corredor da cabine de passageiros do avião. A comissária, apavorada,  correu para o cockpit, seguida pelos passageiros em pânico.
A  corrida dos passageiros em direção ao cockpit deslocou o centro de  gravidade do avião, fazendo abaixar o seu nariz quando já estava lento e  próximo ao solo, totalmente configurado para o pouso. O súbito  deslocamento do centro de gravidade surpreendeu os pilotos, que não  tiveram tempo hábil para salvar o avião.
A aproximadamente mil metros da pista, o Let-410 mergulhou e chocou-se com uma casa, ficando completamente destruído. Dos 18 passageiros e 3 tripulantes, apenas um passageiro sobreviveu, gravemente ferido. Felizmente a casa estava vazia, no momento do acidente, e não houve vítimas em terra.
A comissão governamental de investigação atribuiu oficialmente o acidente à falta de combustível, seguido de pânico dos passageiros. A Filair contestou o relatório, afimando que o avião tinha aproximadamente 150 Kg de querosene quando se acidentou.
Entretanto, o Comité Professionnel des Transporteurs Aériens  - CPTA, uma associação de profissionais do setor aéreo do Congo, teve  acesso aos relatórios oficiais e aos destroços e, baseada no testemunho  do único sobrevivente, verificou que a verdadeira causa do acidente foi  realmente o crocodilo à solta na cabine.
O  vice-ministro dos transportes do Congo,  Laure Marie Kawanda Kayena,  posteriormente admitiu que realmente não foi confirmada a falta de  combustível na aeronave da Filair. 
Um  passageiro do Let-410 carregava ilegalmente o crocodilo vivo dentro de  um saco de equipamentos de ginástica, provavelmente com a intenção de  vendê-lo em Bandundu. Só que o animal escapou do saco, provocando o  acidente.
Ironicamente,  o crocodilo sobreviveu ileso ao desastre, mas não escapou de ser morto a  facão pelos curiosos e saqueadores que chegaram ao local logo após o  acidente.
cultura aeronáutica
 



 
 
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