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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Uso de celulares em aviões ainda é problema nos EUA

O uso de celulares em aviões está suspenso por tempo indeterminado nos Estados Unidos. O sindicato nacional dos comissários de bordo pediu ao Legislativo que proíba chamadas de celulares a bordo, enquanto inúmeras pesquisas entre passageiros mostram forte oposição à autorização.

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Assim, enquanto as companhias aéreas correm para propiciar conexões Wi-Fi em seus aviões, não há indicações de quando, ou se, os passageiros norte-americanos poderão usar seus celulares a 11 mil metros de altitude.

Enquanto isso, em boa parte do resto do mundo, os passageiros de diversas companhias aéreas já vêm usando celulares rotineiramente em voo. Representantes do setor afirmam que celulares podem ser usados em mais de 15 mil voos ao mês.

Apesar de alertas pessimistas quanto à possibilidade de que o uso de celulares em aviões causaria problemas de convivência social ou até violência na cabine, até o momento foram registradas poucas queixas nesse sentido, disseram passageiros e executivos do setor.

"Uso meu celular no avião para me comunicar com o escritório, especialmente em voos longos¿, disse Nakhle el Hajj, diretor de notícias na El Arabiya News, uma estação noticiosa de TV a cabo sediada em Dubai. Hajj viaja frequentemente pela Europa, Oriente Médio e África.

Hajj usualmente voa pela Emirates, uma linha aérea internacional sediada em Dubai, que oferece serviço de roaming em voo para celulares em 350 voos internacionais por semana. Ele diz que fala em voz baixa quando usa o celular no avião, "para garantir que não incomode as pessoas em torno".

A Comissão de Comunicações dos Estados Unidos (FCC), em Washington, no momento proíbe o uso de celulares em aviões, em parte devido a algumas preocupações não resolvidas sobre interferência com o equipamento de navegação das aeronaves, mas principalmente porque o setor de telefonia está preocupado com a possibilidade de que os sinais de celulares no ar se irradiem de maneira mais extensa, estabelecendo contato de forma aleatória com múltiplas torres de retransmissão em terra. Isso poderia criar interferência entre sistemas e causar problemas logísticos quanto a atividades como a cobrança.

Mas em algumas linhas aéreas estrangeiras essas dificuldades já foram resolvidas. O equipamento de bordo regulamenta os sinais roteando-os pelo satélite ao ponto correto no solo. Passageiros com serviços padronizados de roaming internacional podem fazer ou receber chamadas como o fariam em terra. A cobrança é conduzida da maneira usual, por suas operadoras de telefonia móvel.

Na Emirates, o serviço é fornecido pela AeroMobile, subsidiária do grupo de comunicações TeleNor. A AeroMobile, cujos clientes incluem a Qantas e a Malaysia Airlines, diz que a primeira chamada autorizada de celular em voo de avião comercial foi feita com o seu sistema, em um voo da Emirates em março de 2008.

Outra companhia, a OnAir, oferece serviços em muitos dos aviões da frota da Royal Jordanian Airlines e da Ryanair, uma companhia aérea europeia de preços baixos. Há contratos em vigor para a instalação do sistema em aviões de outras companhias aéreas, neste ano e em 2010, entre as quais Kingfisher Airlines, Qatar Airways, Hong Kong Airlines, e nos aviões que oferecerão o novo serviço em classe executiva da British Airways entre o London City Airport e o aeroporto Kennedy, em Nova York.

A OnAir, que também oferece conexões Wi-Fi pagas para uso em voo, afirma que em 2010 estará oferecendo seus serviços em quatro continentes.

Tanto a OnAir quanto a AeroMobile desejam fechar contratos com empresas norte-americanas, mas estão preocupadas com a possibilidade de que o Congresso proíba o uso de celulares em voo devido à questão do barulho. Mesmo que não surja ação legislativa, as linhas aéreas hesitam em instalar um sistema dispendioso que pode despertar reação pública adversa.

"Nos Estados Unidos, a situação tem um aspecto emocional forte", diz Benoit Debains, presidente-executivo da OnAir, insistindo ainda assim que a ansiedade quanto à questão é um exagero. Para começar, afirmam Debains e outros executivos do setor, o ruído normal da cabine já bastaria para encobrir a maioria das conversas em celular, e ao mesmo tempo as pessoas que usam celulares nesse ambiente, apesar de encostarem mais os aparelhos aos ouvidos para poder ouvir, de alguma forma não sentem a necessidade de falar mais alto para compensar.

"Lembro que, no primeiro voo em que nosso sistema entrou em uso, perguntamos a um passageiro qual era a opinião dele sobre usar o celular para serviços de voz na cabine, e ele disse que se opunha ao uso. E nós dissemos que ele nem tinha percebido, mas o sujeito sentado adiante dele havia passado cinco minutos falando ao celular".

Terra - Tradução: Paulo Migliacci ME

The New York Times

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