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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Por que o Brasil não fabrica seus caças?


O Brasil precisa mesmo comprar 36 caças supersônicos dos Estados Unidos, da França ou da Suécia? A Embraer não poderia desenvolver um avião deste tipo aqui mesmo no Brasil? A publicação especializada Aviação em Revista fez a pergunta ao ex-presidente da Petrobras, da Varig, ex-ministro da Infraestrutura e um dos fundadores da Embraer, o engenheiro aeronáutico e coronel da FAB, Ozires Silva. A resposta de um dos maiores especialistas em aviação do país:

- Sim. A Embraer pode fazer esse avião. A tecnologia básica ela já tem. E é uma organização perfeitamente capacitada para obter a tecnologia complementar. São 2.500 pessoas trabalhando o dia inteiro com tecnologia. É a terceira maior fabricante de jatos do mundo.

A Embraer é mundialmente conhecida pela alta qualidade dos seus jatos comerciais, mas tem em seu portfólio pelo menos três aviões militares: o jato subsônico Xavante, o caça AMX e o treinador turboélice Tucano. Dos três, apenas o projeto do AMX não foi muito bem sucedido (segundo Ozires Silva, porque utilizava armamento norte-americano e por isso sofria restrições para venda em alguns mercados). Além disso, a empresa deve desenvolver um novo avião militar de transporte e abastecimento em voo, o KC 390, que já tem vários potenciais compradores. O projeto de um caça supersônico não seria, portanto, uma aventura tupiniquim.

Quanto à "tecnologia de última geração" dos caças que a Boeing (Super Hornet F-18), a Dassault (Rafale) e a Saab (Gripen) querem vender ao Brasil, é bom lembrar que o F-18 e o Rafale são projetos velhos, com cerca de 30 anos, atualizados. E o Gripen, que ainda é um avião "virtual", também é atualização de um projeto antigo. Ou alguém aí acredita que europeus e norte-americanos entregariam ao Brasil segredos militares de última geração?

É bom ficar de olho nesse negócio de bilhões de dólares. Se, como assegura Ozires Silva, o Brasil tem tecnologia para produzir um caça realmente novo, por que prefere comprar velharias de fora? É o velho "complexo de vira-lata" brasileiro, de que falava Nélson Rodrigues? Ou existem outros intere$$es em jogo?

Irineu Guarnier Filho

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