Aos 25, Cumbica é uma cidade

Aeroporto mais movimentado da América do Sul completa hoje um quarto de século

Cumbica não está na lista de municípios de São Paulo. Também não consta como uma cidade em outros Estados brasileiros. Mas há 25 anos, a construção de um aeroporto internacional na Grande São Paulo popularizou o nome, criou o maior e mais movimentado terminal aéreo da América do Sul e culminou com o nascimento informal de uma cidade.

Hoje, ao completar um quarto de século, o Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos - Governador André Franco Montoro exibe números de uma cidade. Com população flutuante de 140 mil pessoas por dia e 14 quilômetros quadrados de área ocupada, Cumbica quase se equipara ao município de São Caetano do Sul, também na grande São Paulo, que tem cerca de 152 mil habitantes e 15 km2 de área, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Mas aqui (Cumbica) funciona como uma cidade mesmo. A nossa ‘prefeitura’ é a Infraero”, afirma o delegado titular Carlos Alberto Mezher, da delegacia de Polícia Civil de Cumbica.

Aproximadamente 28,2 mil pessoas trabalham no local, que abriga 190 pontos comerciais e trabalha em rede com outras 1.700 empresas - elas prestam serviços na comunidade aeroportuária de Guarulhos.

Como numa cidade, Cumbica produz anualmente 7.300 toneladas de lixo. Mas apesar dos números, não figura nem entre os 30 maiores terminais aéreos do mundo, de acordo com a associação internacional Airports Council International (ACI). O aeroporto de Guarulhos é apenas o 86º no ranking de passageiros.

No entanto, em 2008 Cumbica tomou a posição de maior e mais movimentado terminal da América do Sul. No ano passado, 190 mil aeronaves e 19 milhões de pessoas passaram por seus dois terminais de embarque e desembarque. “É muita gente. Na verdade é um formigueiro. Já viu isso aqui na hora do ‘rush’?”, brinca o taxista Antonio de Muriel , de 36 anos.

Assim como todo município, Cumbica também tem os seus problemas. Filas de espera intermináveis para o embarque e desembarque de passageiros, pedintes, vendedores ambulantes, tráfico de drogas e furtos. “Infelizmente o aeroporto está saturado. Trabalhamos acima do limite e muitas vezes deixamos de oferecer um serviço adequado. E olha que chegaram a dizer que Cumbica seria um terminal obsoleto”, diz um funcionário da Infraero, que preferiu não se identificar.

Segundo Mezher, são registrados em média dois furtos de laptops por semana. “É um número baixo pela quantidade de pessoas que circulam por aqui. Não temos roubos ou arrastões. O aeroporto é um local seguro, pois trabalhamos com tolerância zero ao crime”, afirma o delegado.

Em comemoração ao aniversário, a Infraero emitirá avisos sonoros parabenizando Cumbica e montará um painel fotográfico, no terminal de passageiros, com imagens antigas do aeroporto, que ganhou status de cidade.

PASSAGEIROS

58 MIL viajantes circulam por dia nos dois terminais de Guarulhos

NÚMEROS

28,2 MIL pessoas trabalham no Aeroporto Internacional de Cumbica

Desástres Aéreos