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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

FX 2 Episódio de hoje: Boeing e Saab acirram guerra de lobby

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Objetivo de ofensiva é impedir que o governo brasileiro confirme escolha do caça Rafale, da francesa Dassault

Denise Chrispim Marin, Eugênia Lopes

A fabricante americana de aviões Boeing e a sueca Saab iniciaram uma ofensiva para impedir que o governo brasileiro escolha o caça Rafale, da francesa Dassault, na concorrência da Força Aérea Brasileira (FAB) para a compra de 36 aeronaves. Em pleno lobby, a Boeing reiterou sua última oferta de venda do F-18 Super Hornet, de dezembro, que prevê a inclusão da Embraer no desenvolvimento da próxima geração do jato.

A sueca Saab reforçou os critérios que colocaram o Gripen NG no topo da avaliação da Aeronáutica ? preço baixo e tecnologia a ser desenvolvida com a Embraer.

Sem data marcada, o governo promete anunciar em breve sua decisão. Questionado sobre essa nova batalha de lobbies, um colaborador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que essas iniciativas não mudam o jogo e os critérios de escolha não serão alterados. A vitória da Dassault, para esse assessor de Lula, está cimentada.

Gerente sênior de Desenvolvimento de Negócios Internacionais da Divisão de Aeronaves Militares da Boeing, Michael Coggins anunciou na terça-feira que o governo americano liberou a transferência de tecnologia e até dos códigos informáticos para armar os caças com mísseis brasileiros, e insistiu que nada impedirá a futura fabricação dessas aeronaves no Brasil. “Nós oferecemos à Embraer e à FAB a opção de produzir os Super Hornet no Brasil”, afirmou.

Coggins admitiu que há um sério problema de confiança do Brasil em relação à oferta americana. Mas mostrou-se otimista com as gestões do novo embaixador dos EUA em Brasília, Thomas Shannon, a partir de 4 de fevereiro, e nas respostas aos três lobbies diretos do presidente Barack Obama junto a Lula. O mesmo colaborador de Lula rebateu essa versão. “Nenhum compromisso do governo americano impede um eventual veto do seu Congresso.”

A Saab não poupa esforços para convencer o governo de que seu projeto é superior e rebater as críticas de que o Gripen NG existe apenas no papel. “O Gripen é o melhor não só pela tecnologia, como também pelo conceito e preço”, afirmou Bob Kemp, vice-presidente da Saab. “O avião já existe”, emendou Bengt Jáner, representante da Saab no Brasil.

Eles explicaram que o Gripen NG tem base num caça em operação, o Gripen C, vendido para quatro países. Existe hoje uma espécie de protótipo do Gripen NG, já testado por pilotos da FAB.

A Saab também apresentou à Marinha brasileira o projeto do Gripen Naval para o porta-aviões São Paulo. A expectativa é que, em uma década, os 12 caças da Marinha em operação sejam substituídos.

Plano Brasil


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