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quinta-feira, 4 de março de 2010

Profissão de piloto é pouco procurada em Juiz de Fora

Apesar da cidade oferecer o curso, há poucos interessados e a estimativa dos profissionais é de que em cinco anos faltem pilotos qualificados no mercado.


Ser piloto exige muita força de vontade, dedicação e persistência. Essas são as dicas que profissionais experientes e estreantes repetem a todo momento. Sem esses ingredientes, não há como tornar-se um profissional qualificado.

Ao que tudo indica, existem poucas pessoas com essas características no Brasil porque, segundo o instrutor de vôo, André Monteiro (foto abaixo de blusa branca), a previsão é de que em cinco anos faltem profissionais qualificados no mercado.

Em Juiz de Fora, o responsável pela profissionalização dos pilotos do Aeroclube (leia a matéria) da cidade, Capitão Bahia, confirma o baixo prestígio da profissão. "Em Juiz de Fora são poucos os que nos procuram. Tenho apenas um aluno daqui da cidade entre os 25 matriculados nas categorias de vôo privado e comercial", comenta.

Apesar da resistência à profissão, quem está nela garante que não há escolha melhor. André, Bahia e o novato Fábio Stersi Damasceno (foto abaixo de blusa azul), que está em fase de aperfeiçoamento, são unânimes: voar é uma emoção indescritível. Fábio relembra a emoção do primeiro vôo e arrisca uma generalização: "é impossível não chorar na primeira vez que você está no comando de um vôo".

Foto do instrutor André Monteiro Foto de avião Foto do piloto Fábio Sterci

Com 16 anos de experiência, André tem a mesma paixão que o novato. "Não existe nada de ruim na profissão. Voar é muito bom, só voando para saber". Bahia pondera que o único aspecto negativo é o custo. "Ainda é muito caro ser piloto porque houve corte no subsídio para a formação de profissionais e temos que cobrar caro dos meninos para que a estrutura do Aeroclube possa funcionar". O capitão ressalta que a instituição não tem fins lucrativos e trabalha sempre no limite.

Informações sobre o curso

O tempo de duração do curso depende do desenvolvimento de cada um, André arrisca que o piloto leva entre um ano e meio e três anos. "É difícil medir isso porque depende muito da proeficiência e do grau de assimilação de cada um", explica. Fábio fez o curso básico em um ano e agora está em uma fase mais avançada e conta que o investimento é pesado.

"Todas as etapas do curso são muito caras, ainda tem os exames, que são feitos no Rio de Janeiro. Mas é um dinheiro muito bem gasto porque ser piloto é algo viciante, é a melhor coisa do mundo". Aos 23 anos, o piloto vê como único ponto negativo, o pouco tempo para a família. "A gente não pára, não tem uma moradia fixa, não dá para ter muito contato com a família", diz.

Foto de avião branco O primeiro passo para o curso é fazer o exame médico e tirar o certificado de capacidade física (CCF), que pode ser tirado em algumas capitais do país e também em Barbacena. Capitão Bahia explica que nem todo mundo está apto para ser piloto e é o médico quem vai dar o aval. "Na hora que o indivíduo faz os exames, o médico lhe orienta sobre como pode melhorar para conseguir o certificado, ou desaconselha mesmo, em caso de alguma deficiência que impeça o exercício da profissão".

Certificado tirado, o aspirante a piloto parte para o curso teórico de piloto privado que dura cerca de três meses, dependendo da escola e da carga horária do curso. Depois desse prazo, é feita uma prova que hoje já pode ser feita pela internet com marcação prévia.

Aprovado nesse exame, o piloto é "checado", ou seja, credenciado como piloto comercial. Para conseguir autorização para outros tipos de vôo, o piloto tem que fazer uma prova teórica e, se aprovado, passa por um vôo de avaliação junto a um "checador" credenciado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), vinculado ao Ministério da Aeronáutica.

Foto de painel de avião André explica que, assim como as carteiras de motoristas, a autorização para pilotar também tem diversas categorias e, para conseguir cada uma delas é preciso de uma prova teórica e um vôo de avaliação. "São categorias de dificuldade. São elas: piloto privado, piloto comercial, instrutor de vôo e vôo por instrumentos".

Para concluir o curso prático de piloto privado é preciso de, no mínimo, 35 horas de vôo, seguindo um cronograma pré-estabelecido. Para a conclusão de todos os cursos, o piloto tem que ter um total de 150 horas de vôo no caso de curso homologado pelo Ministério da Aeronáutica e 200 horas de vôo no caso de o piloto aprender em um avião particular, acompanhado de instrutor credenciado pela ANAC.

Foto de avião bege Fábio ressalta que quem opta por essa carreira tem que estar disposto a estudar muito e a não desistir no primeiro obstáculo. "A pessoa tem que estar muito certa do que quer porque tem muito dinheiro envolvido e não é fácil. Você não consegue fazer tudo certo de primeira, tem que ter muita persistência".

Capitão Bahia conta que nem todos aceitam esse desafio e muitos desistem no final. Como dica, ele aconselha que, quem quer mesmo se destacar no mercado deve, além de procurar um curso técnico, buscar um embasamento maior no ensino superior." Para fazer o curso de piloto comercial, é exigido o ensino fundamental, mas se o cara estudar Ciências Aeronáuticas, com certeza vai ser um diferencial". Segundo o capitão, cidades como Belo Horizonte e Uberlândia já oferecem esse curso. Em Uberlândia, inclusive, há a possibilidade de fazer o curso à distância.

Pré-requisitos

O primeiro requisito exigido para um aspirante a piloto é o condicionamento físico. Bahia explica que antes de iniciar o curso teórico o exame tem que ser feito para que o indivíduo não gaste dinheiro à toa.

Foto de painel de avião A idade mínima exigida para começar o curso é 17 anos, com autorização dos pais, mas só aos 18 anos a pessoa poderá realizar um vôo solo. A regra independe de gêneros e o capitão garante que mulheres não sofrem preconceitos no curso nem no mercado. "As empresas contratam mulheres, sim. Mas é claro, ela tem que estar devidamente qualificada. Ninguém é louco de não contratar uma profissional competente só por causa do sexo", diz

Apesar disso, o capitão admite que a procura é pequena por parte do sexo feminino. "Acho que é falta de interesse mesmo, é uma vida muito sacrificante. Desde que cheguei aqui apenas uma mulher nos procurou". O treinamento e a cobrança são os mesmos para homens e mulheres.

Foto de avião branco "O fim é um só, não há porque ter diferença", explica o capitão. Ele conta que uma vez sentiu que um instrutor estava dando tratamento diferenciado para a mulher e tomou o comando da aula para que todos entendessem que o tratamento tinha que ser o mesmo.

Com todos os custos e dificuldades, Fábio aconselha: "se é o sonho, a pessoa tem que lutar por ele. Tem uma coisa que ouvi em algum lugar e nunca esqueci, são três palavras que carrego sempre: querer, poder, conseguir", diz. No caso de dúvidas quanto à profissão, a dica é pesquisar e o capitão Bahia se coloca à disposição para quaisquer dúvidas.

ACESSA.COM

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