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quarta-feira, 7 de abril de 2010

'Segurança Nacional' tenta reverter o cenário dos filmes de ação




O cenário é a Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos, onde ficam guardados boa parte dos aviões de caça e resgate da Força Aérea Brasileira.
Thiago Lacerda não é Xuxa descendo de sua nave, mas bem que poderia ser. Ele e Milton Gonçalves saem majestosamente de um avião modelo R99, logo após outra majestosa - e explosiva - apresentação de alguns militares com seus rostos pintados.

O momento dramático serviu para divulgar o longa Segurança Nacional, de Roberto Carminati, produção que se gaba por ser um filme de ação rodado em solo brasileiro. Tarefa difícil, que se tornou possível graças a essa ajudinha da Força Aérea, que entre um treinamento de rotina e outro, deixou Carminati entrar com sua câmera e claro, ofereceu toda a assessoria necessária para reproduzir, com fidelidade, a rotina da defesa nacional.


Thiago Lacerda, protagonista de 'Segurança Nacional', promove o filme na Base Aérea de SPassessoria necessária para reproduzir, com fidelidade, a rotina da defesa nacional.



Thiago Lacerda faz performance na divulgação do filme 'Segurança Nacional', que chega aos cinemas em 7 de maio

Ao fundo, foto do avião Hércules, mostrado no filme 'Segurança Nacional'

Rotina fictícia, afinal, o filme fala de um ataque terrorista no País, que nunca aconteceu. No Brasil, o trabalho da Força Aérea se resume, basicamente, em resgates, projetos sociais e intensos treinamentos de preparo para um não impossível ataque. Mas claro que mostrar um bando de soldados salvando a população de intensas e trágicas enchentes não deve ser, do ponto de vista cinematográfico, tão interessante quanto mostrar uma série de explosões e criminosos malucos querendo detonar uma nação.

Thiago Lacerda, que no longa interpreta Marcos Rocha, agente da Agência Brasileira de Inteligência Nacional (Abin), é retórico ao afirmar que o longa, pelo menos, tira a população da total ignorância. "Eu mesmo tinha pouco conhecimento do que a gente tem de estrutura no caso de uma guerra. O filme dá a dimensão do que poderia acontecer, além de abrir o assunto sobre a segurança nacional no Brasil".

Convenhamos, as intenções do diretor Roberto Carminati, são as mais nobres possíveis. Formado em cinema nos Estados Unidos, o cineasta conta que sempre sonhou em ver um filme de ação como Segurança Nacional. Com o orçamento curto - cerca de R$ 5 milhões - foi preciso que as forças armadas ajudassem em todo o processo de composição da obra. Com isso em mente, ele tratou de "negociar" diretamente com os órgãos de comunicação uma forma dos militares contarem suas experiências.

No fim, o processo acabou durando cerca de três anos. Antes de chamar o elenco para o longa, Carminati teve que se "infiltrar" dentro da Força Aérea, filmando os vôos de treinamento, como se esses fizessem parte da ação mostrada nas telonas. "De resto, foram 120 takes em computação gráfica", adianta o diretor. Entre eles, truques para manipular as imagens, criar efeitos de bombas e multiplicar o número de aviões no céu.

Outra novidade em relação a Segurança Nacional é que o filme nada contra a maré do cinema nacional. Esquece o golpe militar, trauma do Brasil, para mostrar os heróis das Forças Armadas - daí o apoio perfeitamente compreensível do órgão. "Mais importante do que olhar para o passado, é saber que a chance de um golpe militar acontecer novamente é muito pequena. O pensamento é mais amplo. Eles também têm vergonha daquela época", defende.

Entre as questões que Carminati pretende levantar com seu longa, está também a falta de recursos da Agência de Inteligência Nacional. ¿As forças armadas precisam ter mais grana. O orçamento da Inteligência do Brasil é bem menor do que o setor de segurança de um banco privado¿, reclama.

Se Segurança Nacional vai desvencilhar o exército dos traumas do passado, só saberemos após a estreia, que acontece em 7 de maio. Carminati confia: "eu creio que eu tenho um filme que causa emoção. Acho que as pessoas vão indicar umas às outras".

O longa chega aos cinemas com 100 cópias. Depois do lançamento, o diretor pretende rodar Red Amazon, encomenda de produtoras americanas, e promete uma nova parceria com o exército, agora para Guerreiro da Selva, filme que mostra o trabalho dos soldados na Amazônia.
terra

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