SÃO PAULO – Acabou sem acordo a audiência de conciliação convocada ontem pelo Ministério Público do Trabalho de São Paulo. O clima ficou quente durante a reunião, com a Gol negando todas as acusações feitas pelos sindicatos dos aeroviários e dos aeronautas. Fica mantida, assim, assembleia marcada para a próxima sexta-feira (dia 13), quando os trabalhadores das duas categorias votarão a proposta de greve paralisando as atividades na empresa aérea por tempo indeterminado.
Os funcionários da Gol reclamam do excesso de jornada, assédio moral , disparidade salarial e falta de plano de saúde. “O indicativo de greve para o dia 13 não está contido”, disse Carlos Camacho, diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas, referindo-se ao objetivo do encontro de conter o movimento de paralisação na empresa.
Sem um acordo, a procuradora Regional do Trabalho, Laura Martins de Andrade, que conduziu reunião, marcou um novo encontro para o próximo dia 20 (sexta-feira), às 14h30, quando serão ajuntados documentos das partes e ouvidos depoimentos de funcionários. Esses depoimentos, observou a procuradora, serão tomados sob sigilo para evitar que o funcionário seja punido pela empresa. “Chamei eles (sindicatos e empresa) porque houve notícias de greve. Não posso deixar que a greve aconteça antes de tentar uma conciliação”, disse a procuradora.
Ela lembra, porém, que o não comprometimento da Gol em cumprir a convenção coletiva e a regulamentação da categoria, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia, abre a possibilidade de uma greve partir da próxima sexta-feira.
Apesar do grande número de denúncias contra a Gol no site do Sindicato dos Aeronautas, o presidente da entidade, Gelson Fochesato, disse que não pretende votar um indicativo de greve na assembleia do próximo dia 13. Segundo ele, a empresa se comprometeu a rever os procedimentos em relação à escala dos tripulantes dos voos (comissários, pilotos e co-pilotos). Nervoso, ele admitiu que não são só os tripulantes da Gol que estão cansados, mas de todas as outras companhias aéreas. Já a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, deixou a sala de reuniões do Ministério Público do Trabalho decepcionada com o resultado. Com cópias das denúncias enviadas aos órgão reguladores do setor, a sindicalista disse que há mais de três anos têm denunciado ao Ministério Público e à Anac a Gol, TAM e Ocean Air (hoje Avianca) por descumprimento da legislação trabalhista.
Jornal do Commercio
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