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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Gol rejeita adequar escalas da tripulação


Após cerca de duas horas de discussão, terminou sem acordo a audiência de mediação realizada nesta segunda-feira no Ministério Público do Trabalho entre o Sindicato Nacional dos Aeronautas, Sindicato Nacional dos Aeroviários e entre os representantes da companhia aérea Gol.

O Ministério Público do Trabalho propôs à Gol que assumisse o compromisso de manter rigorosamente as escalas dos profissionais do setor aéreo dentro da convenção coletiva da categoria --com proposta de multa de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento. A Gol alegou não ser possível assumir o compromisso por enquanto.

Uma nova audiência entre empresa e sindicatos deve ocorrer no dia 20 de agosto. "Eles não vão entrar em greve no dia 13, eles farão uma assembleia onde vão estudar a possibilidade de permanecer em estado de greve enquanto aguardam a resposta da Gol sobre as reivindicações e problemas expostos", afirmou a procuradora Laura Martins Maia de Andrade.

"Os trabalhadores vão decidir no dia 13, em assembleia, diante do que aconteceu aqui hoje, se devem dar um voto de confiança ao Ministério Público", disse a presidente do sindicato dos aeroviários, Selma Balbino.

As principais reivindicações dos funcionários da Gol referem-se à jornada excessiva de trabalho, equiparação salarial e fim do que consideram ser assédio moral --impossibilidade de reclamar das escalas de trabalho.

"Com a notícia da greve, eu entendi que teria de chamá-los para evitar uma comoção maior até por que, caso ocorra a greve, temos que tomar providências para que a população não sofra os efeitos", disse a procuradora. "Existe a necessidade de haver o mínimo de funcionários trabalhando em caso de paralisação."

O Ministério Público do Trabalho solicitou aos sindicatos que cerca de 20% dos funcionários que fizeram denúncias contra empresas aéreas prestem depoimento --para evitar retaliações, serão colhidos em sigilo.

Em contrapartida, a Gol terá de apresentar 20% das escalas programadas e cumpridas pelos aeronautas entre fevereiro e 15 de julho, além da cópia dos livros de bordo e planilhas dos aeroviários (funcionária que trabalham em terra) e aeronautas (tripulação, pilotos etc.).

Segundo a Gol, os aeronautas cumprem a jornada de 85 horas mensais e a empresa teve um problema pontual no período entre 15 e 30 de julho, quando houve falha na implantação de um novo programa que monta as escalas.

A empresa diz desconhecer problemas apresentados por pilotos, como privação de sono após viajarem madrugadas consecutivas. Sobre os aeroviários, a Gol informa que teve conhecimento das reivindicações apresentadas pelo sindicato recentemente, e que irá se reunir com a entidade na próxima quarta-feira (11) para discutir o assunto.

"Todos os trabalhadores de aviação comercial brasileira estão sendo usados no limite da jornada de trabalho. Isso se aplica a todas as empresas sem exceção", afirmou Gelson Fochesato, presidente do sindicato dos aeronautas.

De acordo com Fochesato, o sindicato recebeu cerca de 800 reclamações entre fevereiro e julho, de todas as empresas. No período, as reclamações contra a Gol foram poucas porque o problema ocorreu depois, diz o sindicalista.

A Gol deixou a Procuradoria sem falar com a imprensa.

45º/Folha Online

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