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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Trip compra aviões maiores para crescer no Rio

RIO - Enquanto avalia a aquisição de estações de rádio usadas pela antiga Varig (atual Flex), cuja falência foi decretada pela Justiça sexta-feira passada, a Trip Linhas Aéreas aposta na compra de aviões maiores para crescer em aeroportos saturados, como o Santos Dumont, um de seus cinco principais destinos. Neste e no próximo ano, a empresa planeja investir de US$ 200 milhões a US$ 250 milhões para elevar sua frota de 27 aeronaves em 2009 para 50 em 2011.

Com essa estratégia, prevê mais que dobrar seu faturamento, dos R$ 450 milhões registrados em 2009 para R$ 1,2 bilhão em 2011 e, assim, manter a posição de maior companhia aérea regional da América Latina.

Por definição, as aéreas regionais são aquelas que voam com aeronaves de até cem assentos e atendem a municípios com demanda de até 80 mil passageiros por ano, entre embarques e desembarques. Hoje, a Trip tem em sua frota aviões modelo ATR, com entre 45 e 68 assentos, e jatos 175 fabricados pela Embraer, com 86 assentos. No próximo ano serão incorporados à frota jatos 190, também da Embraer, que dispõem de 106 lugares.

No momento em que o setor de aviação passa por um processo de consolidação - com a recente união entre a TAM e a chilena LAN - as encomendas de aviões maiores suscitaram dúvidas quanto à estratégia da empresa. Seria uma investida para concorrer com as grandes do setor?

- Não - responde o presidente da Trip, José Mario Caprioli. - Nossa atuação tem foco diferenciado, voltado para a ligação de pequenos e médios centros aos grandes polos urbanos. As aeronaves de maior capacidade têm o simples objetivo de consolidar rotas já existentes. Em aeroportos onde não é possível fazer novos pedidos de rotas, como o Santos Dumont, que já está saturado, o único jeito de crescer é aumentar o número de passageiros transportados por viagem.

Atualmente, o fluxo de passageiros da Trip no Santos Dumont é de 12,1 mil pessoas por mês, seis vezes mais que os 2,2 mil de 2008 e volume suficiente para fazer do Rio um dos cinco principais destinos da companhia, ao lado de Belo Horizonte, São Paulo, Cuiabá e Manaus. Considerando as cerca de 80 cidades atendidas pela aérea, são 160 mil passageiros por mês ou 1,9 milhão por ano. Os números garantem à Trip liderança incontestável na aviação regional, com 73% de participação de mercado. No setor com um todo, porém, a aérea tem modestos 2,5%.

Leia mais: Embraer anuncia novas encomendas da Azul e da Trip

Parcerias com bancos para atrair classe C

A meta da empresa é elevar para 3,7 milhões o número de passageiros em 2010. Uma das apostas para atingir a marca é atrair a classe C. Em janeiro deste ano, a empresa fechou parceria com o Banco do Brasil pela qual os correntistas podem pagar passagens em até 60 meses a juros de 1,99% mensais. Este ano, a parceria será estendida a Bradesco, Itaú e Santander.

A transferência de estações de rádio da antiga Varig para a Trip também deve favorecer suas operações. A aérea foi a única interessada nas unidades, hoje usadas em pousos e decolagens de várias companhias.

A Trip não fala em valores. Limita-se a dizer que o negócio será apreciado pelo conselho de administração da companhia esta semana.

Criada em 1998 pelo grupo Caprioli, com tradição no transporte rodoviário, a Trip tem 2.100 funcionários. Em 2006, o grupo Águia Branca comprou 50% do negócio. Dois anos depois, uma fatia de 20% foi adquirida pela americana Sky West, maior aérea regional do mundo.

Bilhete poderá ser comprado por iPhone

A Trip está investindo US$ 1,5 milhão no desenvolvimento de uma nova plataforma tecnológica que permitirá que os clientes comprem passagens com iPhone ou qualquer outro smartphone, a partir de janeiro do ano que vem. Dessa forma, a aérea pretende acompanhar a mudança no comportamento dos empresários brasileiros que, segundo o próprio presidente da empresa, José Mario Caprioli, vem se tornando mais independente de suas secretárias, comprando seus próprios bilhetes aéreos:

- O novo executivo é cada vez mais autossuficiente. Temos que acompanhar essa tendência.

O mercado corporativo responde por 75% do público atendido hoje pela Trip.

o globo

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