Avó da garota morta em voo reclama de atitude da empresa de turismo e da companhia aérea (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
A avó paterna da estudante Jacqueline Ruas, de 15 anos, que         morreu no voo de volta da Disney, no domingo (2), acusou a         agência de turismo pela qual sua neta havia viajado de ter sido         negligente. Após o enterro da adolescente, em São Caetano do         Sul, no ABC, em São Paulo, na manhã desta segunda-feira (3), a         dona de casa Neide Vera Ruas, de 64 anos, disse, com a voz         embargada, que espera que seja feita justiça.
       
        “A agência era obrigada a cuidar de minha neta.         Não podia ter deixado viajar”, comentou. Amparada por outros         parentes, a dona de casa disse que, apesar da indignação, ainda         não pensou em processar os possíveis culpados pela morte da         neta. “Nós [família] ainda não pensamos nisso. Não estamos com         cabeça para isso”, completou. A mãe da garota, Maria Aparecida         Ruas, passou mal durante o enterro e teve de ser levada ao hospital.
A avó também reclamou do suposto descaso por parte da companhia         aérea responsável pelo retorno da jovem ao Brasil. Conforme         Neide, os pais de Jacqueline não foram procurados e ficaram         aguardando no saguão do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na         Grande São Paulo, a chegada de Jacqueline. “Meu filho e minha         nora que tiveram de ir atrás de informação [sobre a chegada da         jovem].” Segundo a dona de casa, os pais só souberam do que         aconteceu com Jacqueline quando procuraram a companhia aérea.
       
        Procurada, a Copa Airlines, responsável pelo voo,         disse que entrou em contato diretamente com os tios da         passageira. Na lista de contatos da jovem havia o número dos         pais, mas, devido à gravidade do que aconteceu, a companhia         preferiu contatar outros parentes.
       
        A Tia Augusta Turismo, empresa que levava a jovem,         informou que iria emitir uma nota à imprensa ainda nesta segunda         sobre o assunto. No domingo (2), a assessoria de imprensa da Tia         Augusta informou que a menina passou mal em Orlando durante a         viagem, apresentando sintomas de gripe, como náuseas.
       
        Segundo a empresa, ela foi levada ao Celebration         Hospital, em Orlando, onde foi medicada e testada para verificar         se estava com a nova gripe. Entretanto, o teste foi negativo e         ela foi liberada pelas autoridades de saúde dos Estados Unidos         para viajar, de acordo com a empresa.
         
Durante o voo, colegas de excursão chamaram a jovem, que não respondeu. Além do silêncio, o aspecto pálido que sua pele adquiriu chamou a atenção também da tripulação, que pediu auxílio para médicos que estivessem no avião.
Ao se voluntariar, o cirurgião Irineu Raseira Jr., 41 anos, foi socorrer a jovem. “Ela já estava em parada cardiorrespiratória”, contou. Com auxílio de outro médico que estava a bordo, o oftalmologista Aníbal Fenelon, 58 anos, tentou reanimar a jovem.Assustados com a movimentação, os outros passageiros foram acalmados pela tripulação. “Levamos a garota ao fundo do avião, onde preparam os alimentos, e tentamos novamente reanimá-la”, afirmou Fenelon. Em vão. “Às 5h05, constatamos que ela estava sem pulsação, com as pupilas dilatadas e fria”, acrescentou.
G1
              
              
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