Destroços da Air France encontrados no mar: caixas-pretas ainda sumidas |
Revoltado com a condução das investigações, o aposentado Nelson Faria Marinho, presidente da AFVV447, diz que tem áudio de pilotos franceses que atuam naquele país afirmando que houve falha nos tubos de pitot, aparelhos que medem a velocidade de aeronaves, entre elas o Airbus A330-200 da Air France. “No dia do acidente, a comunicação entre o avião e as torres de controle, que deveria ocorrer a cada 10 minutos, não funcionou. Um problema nesse equipamento (pitot) pode causar um efeito cascata de problemas que pode resultar num apagão do avião”, ressalta.“Por isso, logo depois do acidente, os pilotos da Air France entraram em greve e exigiram a troca dos pitots. Ainda assim, a companhia só efetuou a mudança de dois instrumentos (de um total de três) em cada aeronave, quando deveria fazer uma renovação de 100%”, alerta Marinho, pai do mecânico de engrenagens Nelson Marinho Filho, uma das 228 pessoas que perderam a vida na tragédia. Procurada pela reportagem, a Air France não se pronunciou sobre as acusações.
Em 13 de julho, poucos dias depois da queda do airbus da Air France no Oceano Atlântico, um airbus A320 da mesma companhia, equipado com as novas sondas (sensores) pitot — semelhantes às do voo 447 —, sofreu um incidente. O problema técnico, que não causou vítimas, ocorreu em um voo entre Roma, na Itália, e o aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. À época, a informação foi confirmada pelo porta-voz do Sindicato Nacional de Pilotos de Linha (SNPL), Erick Derivry.
Uma das recomendações da BEA, que podem ser aprovadas pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) e tornarem-se referência em todos os países, é o aumento do tempo de emissão de sinais da caixa-preta de 30 para até 90 dias depois da queda de um avião. Outra sugestão do órgão francês é a instalação de outros emissores de luz na parte externa da fuselagem que possam funcionar por 30 dias. Assessor de segurança de voo do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, o comandante Ronaldo Jenkins afirma que a elevação dos sinais emitidos pelas aeronaves é bem-vinda. “É positivo. Porém, a sugestão mais importante da BEA é a instalação de um software que possibilita a transmissão em tempo real da posição do avião”, observa.
No mesmo dia da divulgação das recomendações à OACI, a BEA tornou público um segundo documento sobre as possíveis causas da queda do Airbus. Assim como no primeiro relatório, divulgado em 2 de julho, os investigadores não apresentaram conclusão sobre o acidente.
Correio Brasiliense
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