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terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Curso de ética custa à TAP mais de dois milhões de euro, dizem pilotos
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) lamentou, ontem ao final do dia, que só agora a TAP tenha considerado “uma infeliz coincidência” a criação de um curso de ética destinado a nove pilotos da companhia, envolvidos na polémica do Facebook. Em comunicado, o SPAC diz que “vale a pena ponderar” sobre a alteração do nome do curso para “Corporate Crew Resource Management” e garante que o alargamento da formação a todos os trabalhadores vai custar à empresa mais de dois milhões de euros.
A rede social que já tem mais de 300 milhões de utilizadores tem sido palco de desabafos internos do pessoal navegante, queixas e comentários que motivaram mesmo a apresentação por parte de um piloto, visado num dos comentários, de uma queixa-crime por difamação. O caso está em tribunal, mas a decisão da TAP de realizar um curso de ética a nove pilotos que “mantiveram um diálogo privado” no site fez estalar a polémica.
A TAP diz que o curso vai ser frequentado por todos os trabalhadores, de pilotos a co-pilotos, ao longo do ano. “A escolha é aleatória. Não há qualquer intenção de humilhar este pilotos. Estamos todos a aprender a relacionar-nos com novas formas de comunicação”, afirmou ao PÚBLICO António Monteiro, porta-voz da TAP.
O SPAC contrapõe e diz que a transportadora “impôs arbitrariamente e sem justificação a nove dos seus pilotos a frequência de um curso de ética com elevados custos para a companhia, tendo como objectivo humilhá-los”.
Amanhã os pilotos reúnem-se numa assembleia extraordinária que pode resultar no anúncio de mais uma greve. Em discussão, vai estar não só o caso do Facebook mas também “a recusa pela administração da TAP na assumpção dos custos com a formação necessária ao averbamento do nível IV de proficiência em língua inglesa”;a “instauração, arbitrária e prepotente, de um processo disciplinar com intenção de despedimento a um Piloto”, “a alteração unilateral da política da empresa em aspectos da orgânica operacional de voo”, a “manutenção prática das restrições relativas às facilidades de passagens versus assiduidade por poderem induzir problemas ao nível da segurança de voo” e, finalmente, a “não correcção dos descontos indevidos a pilotos que trabalharam parcialmente durante a última greve de 24 e 25 de Setembro de 2009”.
Economia Publico
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