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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Profissionalizem a Infraero


Não há presidente que assuma sem problemas à sua espera. Mesmo que o país ostente indicadores bastante positivos, alguns aspectos preocupantes da conjuntura econômica desafiarão a presidente Dilma Rousseff desde o dia da posse - inflação com rédeas frouxas, contas fiscais problemáticas etc.

Mas há também questões sérias pontuais, na máquina pública, capazes de tirar o sono de qualquer governante. Neste caso, inclui-se a Infraero, estatal responsável pela administração de todos os grandes aeroportos, com exceção do de Cabo Frio, onde já existe grande movimentação de cargas, em função das atividades da Petrobras no litoral fluminense.

Criada na ditadura militar para ser uma empresa enxuta, a Infraero inchou como qualquer estatal. Cobiçada por ser dona de grande orçamento de obras, ela entrou na ciranda fisiológica de troca de cargos por votos no Congresso orquestrada sem pudores na Era Lula.

Se o governo Dilma precisa dar respostas corretas e imediatas aos desequilíbrios na economia - por razões óbvias -, a Infraero necessita de uma reforma radical, sob o risco de o Brasil permitir manchas sérias na sua imagem de promotor de grandes eventos internacionais, caso os aeroportos entrem em pane - como têm entrado em algumas ocasiões - na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016.

É, portanto, correta, sensata a intenção de Dilma de contratar no mercado um superexecutivo para colocar a estatal nos trilhos. Até para licitar terminais junto ao setor privado, como se espera venha a ocorrer, ela precisa ganhar eficiência. A Infraero sairia, ainda, da órbita do Ministério da Defesa, com a criação da Secretaria de Aviação Civil, a que ficaria subordinada. É mesmo importante profissionalizar a estatal, sem o que o sucesso da Copa e das Olimpíadas - eventos para os quais um eficiente sistema de transporte é essencial - estará comprometido.

A presidente eleita enfrentará problemas políticos para retirar a Infraero do mapa da fisiologia. Noticia-se, por exemplo, que o PMDB, já às turras com a equipe de transição devido a interesses até agora contrariados na partilha de ministérios, também deseja a presidência da estatal, cujo orçamento do ano que vem é de R$ 1,2 bilhão, parte dele a ser gasta com grandes empreiteiras, conhecidas pela prodigalidade no financiamento de campanhas eleitorais.

O baiano Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Integração Nacional e candidato peemedebista derrotado na eleição para o governo do estado, pleiteia o cargo. Será desastroso se Geddel ou qualquer outro político vier a dirigir a Infraero. O político baiano, por sinal, já demonstrou seu estilo administrativo, à frente do Ministério: privilegiou o estado em que tem base eleitoral na distribuição de verbas para projetos de prevenção de acidentes naturais, dentro do figurino clientelista de "comprar" votos com a manipulação de dinheiro público.

A Infraero e seus mais de 10 mil funcionários já deram demonstrações suficientes de que não conseguirão se desincumbir como é preciso do já atrasado programa de ampliação e reforma de grandes aeroportos, como Guarulhos e o Galeão (Tom Jobim). Profissionalizar a estatal é mesmo o que precisa ser feito.

o globo

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