
                                                  A esta coluna, um ex-ministro da Aeronáutica afirmou que o  único ponto errado na licitação dos caças foi a revelação abrupta de  Lula, com o processo ainda aberto, de que o Brasil preferia o modelo  francês Rafale. No resto, segundo a fonte, está tudo certo. Disse ele:  "Visitei diversos países como ministro e comentei que, no Brasil,  criava-se comissão com engenheiros de elite, oficiais renomados e, no  fundo, para minha decepção, a decisão era política. Ouvi de todos os  ministros, de outros países, resposta igual. Todos disseram que a  comissão é apenas para parecer que a decisão será técnica. Em 100% dos  casos, a compra de itens militares é política, de revólveres a  porta-aviões."
Com isso, a fonte diz que ele, e  muitos colegas seus da elite da Aeronáutica, aprovam a opção brasileira  pelo avião francês Rafale. Além disso, cita que o avião sueco N-Gripen  jamais foi produzido em escala industrial e só dispõe de um modelo para  exibição mundial; além disso, tem uma dependência, pois conta com muitas  peças norte-americanas. Um detalhe é que o "N" quer dizer "Navy"  (Marinha) o que não chega a ser um item favorável, na visão do pessoal  da Aeronáutica. A tecnologia norte-americana, sem a menor dúvida, é a  mais evoluída, mas Washington sequer promete a mais leve transferência  de conhecimentos. Lembrou a fonte o caso de aviões vendidos para o  Chile, em que as peças de reposição ficavam nos Estados Unidos, o que é  inadmissível, pois deixa o país comprador de mãos atadas.
Em relação à França, observa a fonte  que, por não ter mais a menor pretensão a potência hegemônica, o país  europeu oferece como atrativo alguma transferência de tecnologia, o que  interessa ao Brasil. Sobre isso, comenta:
- Na verdade, ninguém transfere  tecnologia de boa vontade. No processo de produção, cabe aos engenheiros  nacionais absorverem o máximo que puderem. Nenhum país do mundo cede  tecnologia com um sorriso nos lábios nem entrega xerox dos seus estudos.  Há que se arrancar cada informação, no dia-a-dia.
Ainda na área bélica, um engenheiro  naval diz à coluna que a francesa DCNS e a brasileira Odebrecht vão se  defrontar com um problema no estaleiro de Itaguaí (RJ) - onde serão  construídos quatro submarinos convencionais e um quinto apto a receber  motor a propulsão nuclear, a ser desenvolvido pela Marinha do Brasil. É  que em frente ao estaleiro há uma enorme pedra submersa, chamada de "Pão  de Açúcar", que exigirá muito trabalho e dinheiro para ser dinamitada.  Sobre submarinos, fontes militares afirmam que um dia o Brasil poderá  voltar à linha alemã, pois a qualidade é alta e o preço é inferior ao  cobrado pelos franceses.
Invasão de "supplies"
Fontes empresariais manifestam à  coluna uma forte preocupação. Afirmam que a demanda por barcos de apoio a  plataformas - os supply-boats - é intensa, mas a Petrobras tem imposto  um regime moderado de contratação de novas unidades no Brasil. Este ano,  foram contratados 40 barcos, quando o mercado esperava 66 unidades.
Com isso, aumenta a entrada de barcos  estrangeiros. Os últimos dados indicavam existência de 300 barcos no  país, sendo aproximadamente metade nacionais e metade estrangeiros. De  acordo com recentes informações, o número de barcos pulou para 350,  obviamente com mais barcos estrangeiros, pois um nacional depende de  licitação, assinatura de contrato de aluguel com a Petrobras, tempo de  construção e incorporação à frota de cada empresa.
Assim, nos últimos meses houve  invasão de barcos estrangeiros. A cada ano, o país gasta US$ 1 bilhão  para pagar os barcos estrangeiros que operam no Brasil e, com a recente  mudança, os valores anuais vão crescer acentuadamente.
A solução seria a adoção de mais  rapidez na contratação de barcos no mercado interno. O sistema adotado é  o de disputa entre empresas brasileira - inclusive as de capital  estrangeiro; depois da escolha, por menor preço, é assinado contrato de  oito anos e feita a encomenda ao estaleiro.
Até 2020, estima-se que sejam  encomendados 146 barcos, mais 195 unicamente para o pré-sal. O preço  médio de um barco de apoio é de US$ 50 milhões, pois tais unidades estão  cada dia mais sofisticadas.
Duas visões
Nos jornais, a Refinaria de  Manguinhos, no Rio, é citada como envolvida em escândalo da máfia dos  combustíveis, com apoio de importantes dirigentes federais. Mas, em  informe publicitário, o controlador - o grupo Andrade Magro - apresenta  dados divergentes.
Revela que, até 1998, quando estava  com o grupo Peixoto de Castro, a empresa valia R$ 25 milhões, e hoje seu  valor de mercado atinge R$ 500 milhões. O faturamento, em 2010, deve  ser de R$ 1,3 bilhão, mais de três vezes o anterior. De 2008 a 2010, o  número de empregados passou de 78 para 379, com previsão de atingir 600  em 2011. O refino de petróleo passou de zero a 3 milhões de barris.
Pela metade
Está de parabéns a Federação das  Indústrias do Rio (Firjan), ao protestar contra a extensão, até 2018, do  acréscimo de ICMS que compõe um - assim chamado - Fundo de Combate à  Pobreza e Desigualdades Sociais. Criado por Rosinha Garotinho em momento  de crise, o fundo - que implica ICMS dois pontos percentuais acima do  resto do país - vem sendo constantemente renovado.
Esse diferencial faz com que a carga  tributária no Rio, em muitos itens, seja superior à do resto do país, o  que tira competitividade a produtos fluminenses. Pena que a Firjan não  tenha levantado sua voz contra a idéia de se recriar a CPMF. É que, no  caso, o protesto seria contra o Governo Federal. A entidade mobilizou  suas baterias apenas na área estadual.
Rápidas
monitor mercantil
 
 
 
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