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terça-feira, 23 de março de 2010

TAP. Greve asfixia turismo. Páscoa vale 122 milhões de euros


A greve de seis dias dos pilotos da TAP prevista para 26 a 31 de Março está a lançar o pânico no setor turístico nacional. O protesto dos pilotos apanha os primeiros dias da semana da Páscoa, ou seja, a primeira época realmente alta para o setor. "A greve vai transformar a Páscoa num inferno", sintetizou Carlos Pinto Coelho, o novo líder da Confederação do Turismo Português.

Sem contar com a Madeira, que ficou de fora da paralisação depois da tragédia que se abateu sobre a ilha, o mês da Páscoa representa um encaixe total entre os 120 e os 122 milhões de euros para o turismo português, segundo estatísticas do Turismo de Portugal relativas a 2008 e 2009. Este nível de receitas compara com as receitas médias do sector inferiores a 95 milhões de euros conseguidas nos meses anteriores à Páscoa. Esta época festiva representa aliás o primeiro grande salto nas taxas de ocupação dos estabelecimentos hoteleiros do país.

Em 2009 as taxas de ocupação médias rondaram os 35% em Janeiro, Fevereiro e Março, tendo a Páscoa aumentado este valor para cima dos 50,7%. Considerando apenas Lisboa e Algarve, nota-se que nos primeiros três meses de 2009 os hotéis nestas regiões conseguiram uma taxa de ocupação média de 43,8% e 38,9%, respectivamente. Em Abril os valores subiram para os 65,1% e 55,3%. Este efeito foi notório também nas estatísticas de 2008, ano em que a Páscoa calhou em Março. A média do sector - sem Madeira - rondou os 35% em Janeiro e Fevereiro e no mês da Páscoa atingiu os 47,4%. Em comparação note-se que em Março de 2009 a ocupação média em Portugal não superou os 37%.

A importância da aviação e da Páscoa para o Turismo ficou também patente na carta escrita pela Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) ao Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil (SPAC), que convocou a paralisação na TAP. No resumo desta missiva, publicada no site da APAVT, a associação refere que manifestou "a sua enorme preocupação com os efeitos da greve na recuperação do sector turístico nacional, apelando mesmo à desconvocação do protesto, independentemente das razões do mesmo. "Sem querer fazer juízos de valor quanto à justeza das pretensões do Sindicato e dos seus associados bem como quanto à justeza das posições da TAP e da sua administração, preocupa-nos o facto de a greve marcada extravasar as partes directamente interessadas e prejudicar todo um sector - o Turismo - ainda a sofrer da ressaca da crise económica e financeira que se abateu sobre a Europa e em particular sobre Portugal", afirma a direcção da APAVT na carta.

Enche aeroportos A Páscoa é também importante para os aeroportos portugueses, já que representa o mês em que são processados pela primeira vez perto de 900 mil passageiros nestas infra-estruturas, valores bastante acima dos entre 600 a 700 mil registados nos meses anteriores. Sinal disto mesmo está nas contas da TAP Portugal que, e conforme o i já deu conta, tem na Páscoa o único período positivo em todo o primeiro semestre. Entre Janeiro e Março do ano passado a empresa acumulou 53 milhões de euros em prejuízo. Em comparação, e só em Abril, a transportadora fechou as contas com um lucro de 8,7 milhões de euros, voltando depois às perdas em Maio e Junho. Em Abril a TAP registou 737 mil passageiros, o valor mais alto dos primeiros seis meses de 2009.

Tribunal decide serviços mínimos O sindicato dos pilotos e a TAP não chegaram ontem a acordo sobre os serviços mínimos a cumprir nos seis dias de greve, razão pela qual o Tribunal Arbitral deverá reunir-se esta manhã para decidir quais serão os voos que obrigatoriamente terão que ficar de fora da paralisação. A TAP estima que 150 mil passageiros possam vir a ser afectados pela greve, nos cerca de 1500 voos programados para aquele período.
IOnline

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