“Agora não temos resposta para essa questão” — afirmou Enrique Cueto, CEO da LAN e do LATAM Group, quando questionado por qual a aliança irá optar a nova companhia a formar com a TAM, uma vez que a chilena e a sua nova parceira de
“união” pertencem a alianças concorrentes, o que deixa em aberto o futuro da parceria TAP - TAM.A LAN é membro da Oneworld desde 1999, o que faz dela parceira, entre outras, da American Airlines, British Airways e Iberia e a TAM integrou a 13 de Maio último a Star Alliance, de que fazem parte, entre outras, a United Airlines, a Lufthansa e a TAP.
Enrique Cueto, que falava numa apresentação para analistas sobre o acordo entre a LAN e TAM, admitiu que o tema das alianças é um “assunto importante”, mas remeteu-o para o “futuro”, sem pormenorizar.
A participação em alianças concorrentes não impediu a LAN e a TAM de manterem estreita cooperação há vários anos, que inclui voos em code-share, cooperação ao nível da manutenção e, inclusivamente, a compra conjunta de aviões.
Fontes da aviação dizem ao PressTUR que, porém, não é crível que se possa antever a manutenção do actual status quo entre a TAP e a TAM caso o LATAM opte pela oneworld.
A questão, acrescentam, não diz apenas respeito à TAP, uma vez que se a TAM for para a oneworld reforçará a cooperação com a Iberia e por essa via reforçará a influência do hub de Madrid, actualmente nº 1 nas ligações entre a Europa e a América Latina, enquanto Lisboa lidera nas ligações com o Brasil.
Actualmente a TAM voa de São Paulo para Madrid, mas desde Abril do ano passado que tem autorização da ANAC para voar para Portugal (clique para ler: TAM autorizada a voar para Portugal).
Nessa ocasião, responsáveis da companhia brasileira explicaram que se tratou de obter a designação pela autoridade reguladora, mas que não previam entrar no mercado, até porque estavam muito satisfeitos com a parceria com a TAP.
As fontes da aviação contactadas pelo PressTUR salientaram ainda que o crescimento da TAP no Brasil não se fez “à sombra” do acordo com a TAM, mas sem deixar de referir que o code-share com a transportadora brasileira é uma mais-valia importante para a companhia portuguesa, ainda que a TAP mantenha acordos de interline com outras transportadoras aéreas brasileiras, o que lhe permite receber delas passageiros do mercado brasileiro, como utilizar os seus voos para distribuir clientes dentro do Brasil.
A TAP e a TAM assinaram em finais de Abril de 2007 um Memorando de Entendimento que, segundo anunciaram então, previa uma “ampla aliança, abrangendo várias áreas, aproveitando as sinergias entre as respectivas Redes, produtos e serviços nas rotas entre o Brasil e Portugal” (clique para ler: TAP e TAM formalizam “ampla aliança” / TAP passa a contar com 31 destinos no Brasil / TAM e TAP transportaram 52.900 passageiros após acordo code-share iniciado em Setembro).
Este acordo foi anterior à adesão da TAM à Star Alliance, mas as fontes contactadas pelo PressTUR defendem que foi o percursor da entrada da brasileira na aliança liderada pela Lufthansa.
E de facto, em Dezembro de 2007 a TAM e a Lufthansa anunciavam um acordo de code-share (clique para ler: TAM e Lufthansa assinam acordo de code-share entre Brasil e Alemanha) e a 7 de Outubro de 2008 a Star Alliance confirmou a adesão da TAM (clique para ler: Star Alliance confirma adesão da TAM), que se concretizou a 13 de Maio último (clique para ler: TAM integra Star Alliance).
As fontes contactadas pelo PressTUR escusaram-se a mais comentários porque, dizem, vai ser preciso aguardar que o LATAM tenha uma posição sobre as alianças e tudo o que se pode fazer neste momento é apenas especular, já que embora a LAN tenha a maioria do novo grupo, o maior mercado é o Brasil, onde a Star é mais forte.
Em 2008, último ano com dados publicados pela ANAC (autoridade aeronáutica brasileira), a TAP liderou o tráfego internacional com origem/destino no Brasil com 1,233 milhões de passageiros, e no Top10 a Star Alliance tinha ainda a Continental (à época ainda SkyTeam), com 346,9 mil, e a Lufthansa, com 334,6 mil (clique para ler: TAP conquista em 2008 a liderança absoluta das companhias aéreas estrangeiras no Brasil).
A oneworld, tinha a American, com 949,3 mil, e a Iberia, com 473,9 mil, enquanto a SkyTeam tinha a Air France, com 677,5 mil, e a Delta, com 411 mil.
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