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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

LAN e TAM: Anunciam Intenção de Fundir-se ou Foi Compra Mesmo? Saiu a Lan Brasil!

A consolidação das grandes cias aéreas corre pelo mundo, inclusive na América Latina. British + Iberia com parceria da American, Delta + Northwest com acordo Air France/KLM que por sua vez tem participação na Alitalia, Lufthansa assumindo a Swiss e Austrian, United + Continental, Singapore e participações na Virgin e cias chinesas.

O exemplo mais perto de nós é a união entre a Avianca, Taca e Avianca Brasil (OceanAir), que ainda caminha a passos lentos pelo menos pelo lado de cá do Brasil. Talvez essa fusão tenha sido um dos maiores motivadores da reação da Lan/Tam.

O atual presidente do Chile, Sr Piñera era um dos acionistas majoritários da Lan e teve que se desfazer de suas ações. Prometeu isso antes de assumir o Governo do Chile. No momento da venda das ações de Piñera, a Tam foi frequentemente lembrada como compradora dessas ações em razão da boa relação entre a família Amaro e as duas famílias que controlam a Lan. Porém, o negócio acabou não se concretizando e uma parte das ações de Piñera foram vendidas em bolsa. A maior parte foi vendida a outra família, os Cueto, que controla agora a Lan com dinheiro de empréstimos para aquisição da parte dos Piñera.

O comunicado de ambas as cias aéreas ao mercado, obrigatório em casos como as das duas cias aéreas que são listadas em bolsa, fala que a Tam, controladora da Tan Linhas Aéreas, deixa de existir com empresa e passa a fazer parte da Holding LAN que passará a ser chamada de LATAM. As ações da Tam saem da BOVESPA e da Bolsa de Nova Iorque e seus acionistas receberão 0,9 papeis (BDR) da LATAM por cada ação da Tam. As ações das nova LATAM continuam sendo negociadas na bolsa de Santiago e de nova Iorque.

O CEO da Lan, Enrique Cueto, será o CEO da LATAM.

79% das ações ON (com direito a voto) da Latam estarão na mão da antiga Lan e 20,4% dessas ações ficarão na mão da Tam, segundo a Exame.


Tudo leva a crer que na verdade a Lan comprou a Tam e a coisa só não pode ser exposta assim, por limitações governamentais brasileiras e até por uma questão de marketing (a Tam ainda luta para substituir a Varig no coração dos brasileiros). Para poder superar a limitação legal brasileira que impede que uma cia nacional seja controlada por mais de 20% de capital externo (está no Congresso ainda o aumento da participação para 49%), a Tam vai repassar todas suas ações PN para a Latam e apenas 20% das ON para a nova empresa.

O certo é que todos os detalhes dessa fusão ou compra da Tam pela Lan não foram explicitados. Mas a Lan tem sido muito mais competente ($$$) que a Tam em operar um modelo híbrido a la low cost dentro da Amércia do Sul e de cia tradicional em vôos para o exterior e a Tam mostra não conseguir acertar seus ponteiros.

Como sempre acontece nessas fusões, e principalmente por uma questão nacionalista, as cias devem inicialmente continuar operando com seus respectivos nomes e programas de fidelidade.

Mas o futuro pode trazer mudanças. O certo é que a Avianca/TACA já anunciou que milhas dos programas de fidelidade de ambas as cias podem ser transferidos entre os programas.

O Multiplus pode até ser uma ferramenta de troca de KM por Pontos e vice-versa no futuro que permitirá, pelo menos que em um momento intermediário, que o Lan Pass e o Fidelidade Tam continuem independentes sem ser tão independentes assim. Se isso acontecer, emitir uma passagem usando Pontos ou KM para Papetee voando Lan vai ser a coisa mais difícil do mundo e voar para os EUA partindo do Brasil pela Lan deve consumir mais milhas ou KM…

Outra questão a ser esclarecida é como duas cias aéreas do mesmo grupo farão parte de duas alianças aéreas diferentes. Isso seria inédito em se tratando de duas grandes cias áerea (a Continental recentemente deixou a Skyteam para se juntar a Star Alliance com a United). Será que a Tam vai jogar fora todo investimento para se tornar Star Alliance (o processo é caro) ou a Lan vai aproveitar para sair da Aliança Oneword dominada pela American/Iberia/British abrindo caminho para a Gol devido ao vácuo criado?

O certo é que o Brasil entrou definitivamente no mundo das fusões aéreas e não se engane, a Gol não deve conseguir escapar do interesse externo no futuro. Só falta a legislação brasileira cooperar mais um pouco para que vejamos uma consolidação maior no Brasil.

A Tap é que deve estar muito preocupada ou agora deve fazer planos de unir-se a Latam.

Muitas dúvidas e especulações ainda permanecem…

aquela passagem

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