Iniciativa visa aumentar a receita da empresa sem subir os preços das passagens; hoje 47 voos oferecem lanches pagos.
Mesmo com os recentes problemas enfrentados pela Gol, a empresa mantém suas projeções de fechar o ano no azul e com um aumento da margem operacional. A chave para atingir os bons números será a redução de custos e a oferta de serviços adicionais pela companhia, afirmou ao iG o gerente-geral de relações com os investidores da Gol, Rodrigo Alves. Segundo ele, uma elevação de preços nas passagens não está nos planos da companhia.Hoje, a Gol vende produtos, como sanduíches, chocolates e vinhos, em 47 voos diários, mas pretende ampliar este número para cerca de 400 até o final do ano, de acordo com Alves. A oferta de lanches pagos é uma das chamadas receitas adicionais da companhia, ou seja, ganhos que vão além da venda de passagens. Juntos, estas rendas somaram R$ 177 milhões no segundo trimestre e representaram 11% do faturamento líquido da companhia.
O aumento do segmento de transporte de cargas e futuras parcerias comerciais com hoteis, restaurantes e cinemas, que poderão vender seus produtos no site da Gol, também devem incrementar a receita da companhia. "Tudo isso melhora a qualidade do serviço sem o cliente precisar pagar mais pela passagem", afirma Alves.
A empresa ainda está estruturando sua estratégia para os serviços adicionais e espera que eles ganhem relevância no ano que vem. "Em 2010 o resultado da Gol será viabilizado mais pela redução de custos do que pelas receitas auxiliares", diz Alves.
A expectativa dele é que as despesas do segundo semestre sejam reduzidas. A Gol finalizou um processo de devolução de 11 aeronaves Boeing 737-300, ativos que eram da Varig, e que não são usados em voos regulares. O custo da Gol para retirar estas aeronaves de sua frota somou R$ 70 milhões, já computados nas despesas dos seis primeiros meses do ano. "Sem o leasing e as despesas de manutenção destes aviões, o custo da empresa vai cair US$ 4 milhões por trimestre", diz Alves.
Com gastos menores e aumento de receitas auxiliares, a empresa pretende viabilizar uma margem operacional em 2010 entre 10% e 13% sem elevar preço. O indicador atingiu 11% e 3,6% no primeiro e no trimestre, respectivamente.
Dívida
A Gol refuta a afirmação de que sua dívida, um total de R$ 5,86 bilhões, seja elevada. De fato, o endividamento da companhia é menor que o da sua maior concorrente no Brasil, a TAM, que soma R$ 9 bilhões, com arrendamentos de aeronaves.
O passivo da Gol passou recentemente por um processo de reestruturação. A empresa alongou sua dívida em julho com uma emissão de US$ 300 milhões em notas seniores, com vencimento em 2020, para quitar débitos de curto prazo. A meta de preservar 25% da sua receita de 12 meses no caixa da empresa também foi atingida. "O nosso grau de endividamento é sólido", diz Alves.
ig
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