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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Não há provas de que uso de celular em avião provoque incidentes


Apesar do avanço da tecnologia para permitir o uso de telefones celulares em voos comerciais, até agora não existe a certeza de que os aparelhos ligados podem interferir na navegabilidade dos aviões.

Especialistas em tecnologia da aviação afirmam que há o risco de isso ocorrer, mas não existem provas concretas de incidentes provocados pelos celulares.

Mesmo assim, várias empresas de tecnologia de aeronáutica já apostam em novos equipamentos, e colocam o Brasil entre os países que permitem as ligações à bordo. Na semana passada, conforme antecipou o Correio, a TAM conseguiu o direito, já que adotou um sistema desenvolvido na Europa pela Airbus, hoje a maior fornecedora da companhia aérea brasileira.

De acordo com o professor de engenharia elétrica André Noll Barreto, da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasilia (UnB), uma antena instalada no interior do avião diminuiu a potência do sinal, reduzindo o risco da interferência nos equipamentos.

Os dados são enviados da aeronave para um satélite, que os retransmitem para uma antena captadora em terra e chega ao destinatário, em seguida. Hoje, na maior parte das companhias aéreas brasileiras, não existe esse tipo de equipamento, o que causou a proibição pelas autoridades. Mesmo assim, com exceção do incômodo a outros passageiros, os riscos de se falar ao celular é pequeno.

“Pelo que eu saiba, não existe nenhum estudo conclusivo que indique realmente interferência de aparelhos celulares em equipamentos eletrônicos de aviões, já que estes são blindados para evitar interferência eletromagnética, e os celulares emitem uma potência relativamente pequena de ondas eletromagnéticas, quando comparadas com outras fontes, como, por exemplo, TV e rádio”, afirma Barreto. Porém, o especialista alerta que, apesar de não haver informações finais sobre o assunto, o risco teórico existe. “Embora nenhum estudo conclua que haja danos, é impossível excluir categoricamente esta possibilidade.”

Barreto explica que, tendo em vista o grande impacto de um possível acidente aéreo, é, por medida de precaução, proibido o uso de celulares em aviões, embora seja baixíssimo o risco de que isso possa realmente causar algum acidente. “Os riscos existem, mas são ínfimos. Por exemplo, estudos indicam que sempre são deixados alguns aparelhos ligados em cada voo, apesar da proibição, sem que isso tenha causado algum acidente comprovado”, diz o engenheiro, ressaltando que, com a tecnologia empregada pela TAM, o celular continua transmitindo, mas com menor potência, e menor risco de incidentes.

Interesse
Inicialmente, a TAM vai comprovar a eficiência do novo sistema em três aviões Airbus, sendo que um deles — um A321 — já tem o equipamento instalado, e outros dois — A319 e A320 — estão prontos para receber a nova tecnologia. Apesar de os aviões terem entre 144 e 220 assentos, apenas 12 passageiros poderão utilizar o celular para falar ou trocar mensagens. Mas o uso só acontecerá dentro do Brasil. “O sistema será testado apenas em voos domésticos e em várias rotas diferentes para que a empresa avalie o interesse dos passageiros de todo o país pelo serviço”, informou a TAM. Segundo a assessoria da companhia aérea, durante a fase experimental de quatro anos, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) acompanhará as operações. A intenção é assegurar o respeito aos direitos dos consumidores e avaliar se há necessidade de regulamentação adicional.

Nos pousos e decolagens, mesmo com a nova tecnologia instalada nos aviões, os passageiros serão obrigados a seguir as mesmas regras: os telefones terão que se manter desligados. A partir do momento em que a aeronave atingir a 3 mil metros de altitude, o avião passará a fornecer os sinais. Segundo a TAM, nesse nível não há mais interferências. Para evitar casos de pessoas que esquecem o aparelho ligado, mesmo em solo, o sistema não causará risco aos voos, já que o sistema de celular a bordo só vai autorizar os números definidos antecipadamente. Já a internet, poderá ser acessada por meio de smartphones. E, nos dois casos, a tarifa é definida pela operadora de telefonia.

Por meio da assessoria, a diretoria de marketing da companhia aérea, Manoela Amaro, disse que a TAM é a primeira empresa das Américas a adotar o sistema. “O uso de celular a bordo foi uma demanda detectada por meio de pesquisas com nossos passageiros”, diz. Hoje, além do Brasil, países da Comunidade Europeia, Ásia e Oriente Médio permitem o uso do aparelho durante os voos, enquanto que os Estados Unidos proíbe e a Oceania já começa a adotar.

Correiobraziliense

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