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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Passaredo aumenta frota para 15 jatos de 50 lugares


O mercado brasileiro, assim como o americano, não tem mais demanda suficiente para jatos de 50 lugares, avaliam especialistas do setor aéreo. De acordo com eles, esse tipo de aeronave perde espaço para turboélices, mais econômicos para ligar cidades de médio porte.

A Passaredo, por sua vez, única companhia brasileira a operar jatos com essa capacidade, defende o uso de jatos de 50 lugares. A empresa tem oito unidades do modelo ERJ 145, da Embraer, em sua frota e vai encerrar 2011 com 15 jatos, diz o presidente da empresa, José Luiz Felício Filho.

"O jato de 50 lugares é um avião relativamente caro. Ele precisa de pistas longas, que são poucas no Brasil. Há um ano nos Estados Unidos esse avião começou a ser desativado por causa dos aumentos de combustível", diz o especialista em negociação de aviões, Ricardo Mendes, da consultoria Jet Design.

O presidente da Passaredo diz que para voos com distâncias acima de 500 quilômetros os jatos de 50 assentos são mais eficientes. "O mercado americano está passando por uma mudança de perfil. No Brasil, há uma distância de pelo menos 20 anos em relação a mercados maduros, como o americano e o europeu", diz o executivo.

O consultor aeronáutico Paulo Bittencourt Sampaio atesta que o principal obstáculo para jatos de 50 lugares são os custos operacionais, "proibitivos" em comparação com aviões de maior porte. Como exemplo, ele cita que a Webjet tem planos de operar nove voos diários a partir de Ribeirão Preto, com um Boeing 737-300, para 148 passageiros.

Com isso, a Webjet vai passar a competir com a Passaredo, que opera em Ribeirão Preto, mas com os jatos de 50 lugares. "Vai ser uma concorrência saudável", diz Felício Filho, da Passaredo.

Tanto Sampaio quanto Mendes acreditam que em todo o mundo não há mais espaço para os jatos de 50 lugares. O especialista em aviação da consultoria Bain & Company, André Castellini, apor sua vez, diz que ainda há um nicho de mercado para os jatos de 50 assentos. No entanto, afirma que, no Brasil, eles estão perdendo mercado para os turboélices. Ele lembra da Azul, que encomendou recentemente 20 turboélices da ATR, para cerca de 70 passageiros.
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