 Cabine de comando de um dos aviões  da Azul, no Aeroporto da Pampulha
Cabine de comando de um dos aviões  da Azul, no Aeroporto da Pampulha Pouco a pouco, as  companhias aéreas de menor porte começam a ganhar mercado. Juntas, a  Azul, a Webjet, a Trip e a Passaredo detêm hoje 13,70% do total de  passageiros no mercado doméstico de transporte aéreo regular. Os números  são de fevereiro e representam o dobro da participação no mercado em  relação ao mesmo mês de 2009, quando tinham 6,94% do total, segundo  dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Atualmente, a cada  100 passageiros de voos domésticos, 16 voam em companhias menores,  revela o levantamento da Anac.
O aumento de renda da população  brasileira, as tarifas mais competitivas das novatas e a entrada dessas  companhias em mercados pouco explorados elevaram a demanda de  passageiros nos voos. Mesmo que de leve, a participação maior de mercado  das companhias menores afetou as gigantes do setor, Gol e TAM. Em  fevereiro, as duas tinham juntas 84,03% do mercado doméstico de aviação,  contra 90,02% em fevereiro de 2009. 
A participação de  mercado da TAM no número de passageiros transportados despencou em  fevereiro, passando de 49,82% no mês em 2009 para 42,42% este ano. Mas  isso não significa que o número de passageiros da empresa caiu no  período. Ao contrário, cresceu 21,66%. O resultado da fatia menor do  mercado é explicado pelo salto no tráfego aéreo nos voos domésticos no  mês passado, que registrou crescimento de 43% sobre fevereiro de 2009.  Foi o maior crescimento percentual já registrado desde setembro de 2003,  quando os dados começaram a ser computados. Já a Gol apresentou alta na  participação do mercado em fevereiro: 41,61%, contra 40,20% no mesmo  mês de 2009. O número de passageiros transportados no período aumentou  47,91%.
Novata
A novata Azul, que  iniciou as operações em dezembro de 2008, conecta hoje 17 cidades com  cerca de 100 voos por dia. A frota da empresa é composta por 15 jatos – e  mais seis aeronaves vão chegar até dezembro. Para este ano, a   companhia aérea pretende conectar 25 cidades em todo o país. “A Azul  trouxe diferenciais importantes. Primeiro, usamos um aeroporto que  estava abandonado, que é o de Viracopos (SP). Depois, passamos a atuar  em cidades que não estavam sendo atendidas”, afirma Pedro Janot,  presidente da Azul.
O baixo custo do bilhete aéreo é outro  atrativo da companhia. “Quem compra com 30 dias de antecedência, paga o  preço da passagem de ônibus na Azul. Dessa forma, trouxemos mais pessoas  para o transporte aéreo. O passageiro largou o sofá de casa e foi voar.  Os pequenos empresários também passaram a viajar de avião com mais  frequência”, diz Janot. A companhia aérea transportou 2,2 milhões de  passageiros em 2009 e este ano quer dobrar o número, para 4 milhões. “O  mercado aéreo cresce como um todo, mas acredito que as companhias aéreas  menores devem crescer mais. A tendência é que os grandes percam  mercado”, observa Janot. Segundo ele, de 15% a 20% dos passageiros da  Azul são pessoas que nunca viajaram de avião.
A  Trip Linhas Aéreas também tem metas ambiciosas para 2010. Em 2009, a  empresa aérea transportou 1,5 milhão de passageiros e, este ano,  pretende transportar 2,4 milhões nas 78 cidades em que opera no país. Em  Minas Gerais, são 11 municípios. “O nosso crescimento acontece pelo  aumento de renda do brasileiro e da demanda maior de passageiros no  interior”, ressalta Evaristo Mascarenhas de Paula, diretor de Marketing e  Vendas da Trip. Até o fim do ano, a companhia espera estar presente em  86 cidades no país e 14 em Minas. “Apesar das obras nos aeroportos, nem  todos estão prontos para decolar”, observa Mascarenhas. Nos próximos  meses, a empresa pretende inaugurar voos em mais três cidades mineiras:  Varginha, Manhuaçu e Paracatu.
O presidente da Gol Linhas Aéreas,  Constantino de Oliveira Júnior, afirma que a entrada de novatas no  segmento aéreo traz uma nova dinâmica à competição nos ares. “As  iniciativas das companhias menores estimulam a demanda. A nossa política  é de preços baixos. Os passageiros que estreiam nas menores, em uma  nova oportunidade vão escolher a Gol”, diz.
Mercado
O engenheiro Cristiano Silva da Fonseca viaja de duas a três  vezes por semana para o interior de Minas com a Trip. Ele também já usou  os serviços da Azul. “Acredito que algumas novatas estão focando um  mercado que as grandes ainda não atingiram, que é o interior”, afirma  Fonseca.
A médica Maria de La Gracias estreou na  semana passada com um voo de Confins para Viracopos (Campinas/SP) pela  Azul. Ela comprou a passagem com apenas um dia de antecedência e pagou  R$ 600, ida e volta. “O valor foi alto, mas comprei em cima da hora”,  diz. A justificativa é válida. Ela foi se encontrar com o filho que  acabou de passar no vestibular.
O médico carioca Leandro Duarte usou a  Webjet pela primeira vez para a viagem do Rio de Janeiro a Belo  Horizonte, em um congresso. “O preço estava melhor e achei que, para uma  viagem doméstica, o voo não deixa nada a desejar. 
Só  o espaço entre as poltronas que é pequeno. Em uma viagem mais longa  pode ser desconfortável”, diz. O voo foi de Confins para Santos Dumont  (RJ). “E ainda vou ter a vantagem de chegar no Santos Dumont, que é mais  central do que o Galeão”, diz.
DIRETO DA PISTA
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