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segunda-feira, 22 de março de 2010

O Ayrton Senna dos ares


Piloto brasileiro é o primeiro sul-americano a disputar o Mundial de Corrida Aérea.


Da Redação
Kindlemann tem 11 mil horas de voo e outras 700 de acrobacia aérea


Desde o tempo em que usava calças curtas na pequena Registro, cidade de 56 mil habitantes e a 180 quilômetros da capital paulista, o menino Adilson Kindlemann adorava ver o sobe e desce de aeronaves no aeroporto da cidade. Quando completou 14 anos, um primo lhe deu de presente um voo no aeroclube de São Paulo.

A viagem definiu seu futuro. Aos 36 anos, piloto licenciado da TAM com mais de 11 mil horas de voo, além de outras 700 horas de acrobacia no ar, Kindlemann realiza o sonho de sua vida e de boa parte dos aviadores brasileiros: vai competir no Mundial de Corrida Aérea, o Red Bull Air Race, o único campeonato reconhecido pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI). E, assim, se inscreve na história como o primeiro sul-americano a participar do Mundial.

A presença do brasileiro coincide com o retorno do evento ao País, em maio. “O Rio é um dos locais mais espetaculares do mundo e sempre planejamos voltar a voar na cidade”, afirmou Bernd Loidl, CEO do Red Bull Air Race. Para conquistar a chance de competir, Kindlemann enfrentou uma bateria de testes e a concorrência de 20 pilotos de várias nacionalidades. Somente dois foram aprovados: o brasileiro e o tcheco Martin Sonka. Sua trajetória explica a vitória. Por três anos consecutivos, foi o campeão brasileiro na categoria Ilimitada — de manobras radicais. Participou de campeonatos mundiais e, recentemente, recebeu o título de membro honorário da Força Aérea Brasileira. “É um ótimo representante da Aeronáutica brasileira, muito dedicado”, afirma o capitão Alexandre de Carvalho Ribeiro, piloto da Esquadrilha da Fumaça.

“Ele é o Ayrton Senna dos ares”, vibra o comandante Carlos Alberto Edo, 61 anos, dos quais 30 dedicados aos shows aéreos. Edo deu a primeira chance para Kindlemann quando ele saiu de casa, com 17 anos, e enfrentou muita turbulência. Dormia no hangar do aeroporto de Bacacheri, em Curitiba, para economizar dinheiro para as aulas de pilotagem.

Também foi limpador de peças e ajudante de mecânico. Kindlemann viajou na terça-feira 16 para Abu Dhabi, onde acontece a primeira etapa do Mundial, na sexta-feira 26. Antes disso, passou uma temporada treinando na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Além do treino nos ares, submeteu-se a uma forte carga de exercícios físicos para reforço muscular, pois um voo de apenas 15 minutos gera grande desgaste físico.

“Estou satisfeito. Não é fácil chegar aonde cheguei”, diz ele, que voará num MXS-R com capacidade acrobática, apelidado de “Canarinho”. Voa, canarinho, voa.
Isto É

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