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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O piloto sumiu, a empresa decola

A TAM vive um contrassenso: o CEO saiu, mas os resultados continuam aparecendo.

Divulgação

No dia em que David Barioni deixou o comando da empresa aérea TAM, aconteceu algo difícil de se prever. Ao contrário do esperado, naquele 9 de outubro as ações da companhia subiram numa velocidade considerável: a alta foi de quase 3,5%. Nos últimos 60 dias, as ações preferenciais da empresa tiveram valorização de 48,4%.

O Ibovespa nem chegou perto disso registrou variação positiva de 5,7% no mesmo intervalo. O aparente paradoxo pode ser explicado da seguinte forma: apesar da cadeira de CEO vaga, a empresa deu continuidade a seus projetos estratégicos. No final de outubro, foi anunciada uma captação no mercado de US$ 300 milhões.

Em novembro, foram fechadas parcerias com a Livraria Cultura (os clientes podem converter suas compras em descontos no preço das passagens) e com o Banco do Brasil (que começou a parcelar o pagamento dos bilhetes em até um ano e meio). Tudo isso sem a figura de um CEO.

No momento, quem ocupa o posto de presidente interino é Líbano Barroso, vice-presidente de Finanças. "A TAM anda sozinha porque é uma empresa madura", diz um ex-executivo da empresa. "Mesmo se alguém sentasse na cadeira de presidente e só fizesse bobagem, não ia ser fácil tirá-la do eixo."

O voo de cruzeiro da TAM está relacionado a diversos fatores. Depois da morte do comandante Rolim Amaro, em 2001, a empresa adotou um modelo de gestão mais descentralizado na tomada de decisões.

O sistema deu agilidade a todo o processo administrativo e fez com que a empresa deixasse de depender excessivamente de uma única pessoa. Outro aspecto que pesou a favor da TAM foi a rapidez com que indicou um interino. Quando um CEO deixa a função, disputas por poder ganham força, o que precisa ser combatido rapidamente.

O fato é que não deu tempo para que o jogo de vaidades chegasse aos altos escalões da empresa. O interino Barroso teve o apoio de pessoas influentes dentro da companhia, entre elas Marco Antonio Bologna, amigo próximo e ex-presidente do grupo trazido da WTorre para comandar o braço de aviação executiva e integrar o conselho de administração. Além disso, o fator Brasil também ajudou a empresa a crescer nos últimos meses.

A TAM opera num segmento com vendas em alta e perspectivas positivas. Lucrou R$ 1,2 bilhão até setembro, contra um prejuízo de R$ 280 milhões no mesmo intervalo de 2008.

Para um ex-conselheiro da TAM, a empresa colhe agora o que foi plantado no último ano.

"A estratégia desenhada após a crise de 2008, com medidas de contenção de despesas, está repercutindo nos resultados até hoje", diz.

O curto período de David Barioni no comando da TAM (foram só dois anos) revela um movimento global do mercado. No mundo, o tempo médio dos CEOs no comando tem caído.

Na última década, diminuiu de 11 para oito anos, segundo a consultoria Egremont. Estatísticas à parte, pode ser que a situação se acomode na TAM. Barroso tem chances reais de se tornar o presidente definitivo da empresa, segundo apurou a DINHEIRO. Os acionistas já deixaram claro nos corredores que estão satisfeitos com a forma como Barroso tem trabalhado.
Isto É Dinheiro

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