Apesar  de não gostar de especular sobre acidentes aeronáuticos antes da  investigação de sua causa, achei interessante a matéria publicada no  Jornal 'O Estado de São Paulo'. 
A  tripulação do Airbus A321 da Air Blue que caiu perto de Islamabad nesta  quarta-feira, 28, pode ter sido vítima de um dos mais traiçoeiros tipos  de erros passíveis de ser cometidos por pilotos, e conduzido a aeronave  para um acidente conhecido no meio aeronáutico pela sigla CFIT (em  inglês, controlled flight into terrain ou, em tradução livre, vôo  controlado direto para o chão). 
Tragédias  desse tipo acontecem, normalmente, quando os tripulantes sofrem de  desorientação espacial. Embora rara de ocorrer em uma aeronave moderna  como o A321, dotada de dezenas de computadores que controlam parâmetros  de vôo, a hipótese ganhou força nas páginas de discussão da internet,  freqüentadas por pilotos e entusiastas de aviação, desde que surgiram as  primeiras informações sobre a tragédia, que matou 152 pessoas. Mais de  90 corpos já foram recuperados pelas equipes de resgate. Testemunhas  também teriam visto o avião voando baixo demais, antes da queda e de  ouvir uma explosão.
A  desorientação, também chamada de "vertigem de piloto", ocorre quando os  aviadores não são capazes de identificar, visualmente, onde está o solo  ou o horizonte, principalmente à noite, sob certas situações  meteorológicas (como a neblina que encobria a pista do aeroporto de  Islamabad e as Colinas de Margala, a norte da cidade, onde o A321 caiu)  ou em determinados tipos de superfície, como o oceano ou florestas.
Nessa situação, o aviador perde totalmente a noção de espaço e pode sofrer ilusões e tonturas, tendendo a acreditar que está voando em certa atitude e velocidade, quando a aeronave pode estar bem mais baixa ou mais lenta ou rápida, na realidade. Qualquer piloto está sujeito à desorientação, mesmo os mais experientes. A situação é potencialmente perigosa quando o aviador passa a controlar o avião com base nessa sua falsa percepção.
Para evitar a ocorrência, os pilotos são condicionados, desde as primeiras aulas de pilotagem, a conduzir as aeronaves dando prioridade à observação dos instrumentos, muito mais do que acreditar nos próprios olhos. Aviões modernos como o A321 também dispõem de sistemas de alerta sonoro, como o GPWS (ground proximity warning system, ou sistema de alerta de aproximação de solo, que calcula a todo instante o perfil de vôo e o compara com a altitude). Caso haja perigo, uma voz soa na cabine, com o alerta: "terrain! terrain! (terreno)".
Porém, em fases críticas do vôo, como a aproximação para pouso, os profissionais ficam intensamente envolvidos com checagens de procedimentos e conversas com o controle de aproximação dos aeroportos. Um breve momento de distração ou uma falha de comunicação entre os tripulantes pode levar a um acidente CFIT - com o avião sem problema técnico algum e todos os instrumentos em ordem, voando sob controle, mas direto para o solo.
Pelo menos dez grandes acidentes desde 2000 foram, segundo investigações, do tipo CFIT, e muitas outras dezenas desde a década de 1950 também são classificados assim. O último, antes da queda do A321 da Air Blue, foi a tragédia que vitimou o presidente da Polônia, Lech Kaczynski, e mais 95 pessoas que estavam a bordo do Tupolev TU-154 da Força Aérea Polonesa, em 10 de abril deste ano. O jato polonês caiu em uma floresta, sob condições pobres de visibilidade, quando tentava o pouso no aeroporto da cidade russa de Smolensk.
losa
Nessa situação, o aviador perde totalmente a noção de espaço e pode sofrer ilusões e tonturas, tendendo a acreditar que está voando em certa atitude e velocidade, quando a aeronave pode estar bem mais baixa ou mais lenta ou rápida, na realidade. Qualquer piloto está sujeito à desorientação, mesmo os mais experientes. A situação é potencialmente perigosa quando o aviador passa a controlar o avião com base nessa sua falsa percepção.
Para evitar a ocorrência, os pilotos são condicionados, desde as primeiras aulas de pilotagem, a conduzir as aeronaves dando prioridade à observação dos instrumentos, muito mais do que acreditar nos próprios olhos. Aviões modernos como o A321 também dispõem de sistemas de alerta sonoro, como o GPWS (ground proximity warning system, ou sistema de alerta de aproximação de solo, que calcula a todo instante o perfil de vôo e o compara com a altitude). Caso haja perigo, uma voz soa na cabine, com o alerta: "terrain! terrain! (terreno)".
Porém, em fases críticas do vôo, como a aproximação para pouso, os profissionais ficam intensamente envolvidos com checagens de procedimentos e conversas com o controle de aproximação dos aeroportos. Um breve momento de distração ou uma falha de comunicação entre os tripulantes pode levar a um acidente CFIT - com o avião sem problema técnico algum e todos os instrumentos em ordem, voando sob controle, mas direto para o solo.
Pelo menos dez grandes acidentes desde 2000 foram, segundo investigações, do tipo CFIT, e muitas outras dezenas desde a década de 1950 também são classificados assim. O último, antes da queda do A321 da Air Blue, foi a tragédia que vitimou o presidente da Polônia, Lech Kaczynski, e mais 95 pessoas que estavam a bordo do Tupolev TU-154 da Força Aérea Polonesa, em 10 de abril deste ano. O jato polonês caiu em uma floresta, sob condições pobres de visibilidade, quando tentava o pouso no aeroporto da cidade russa de Smolensk.
losa
 

 
 
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