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terça-feira, 31 de agosto de 2010

Estudante cria air-bag para amortecer queda de astronauta

Objetivo é facilitar o pouso de pessoas em naves com forma de cápsula

Um estudante do departamento de Aeronáutica e Astronáutica do MIT (Massachusetts of Technology) ajudou a criar um sistema de air-bag que pode inflar durante o lançamento e a aterrissagem, desinflar ao ser armazenado e inflar parcialmente para se transformar em um assento enquanto o veículo está no espaço.

O sistema não só é leve como é totalmente mecânico, sem a necessidade de computadores para controlá-lo. Segundo o estudante Sidney Do, o fato de não contar com computadores é importante porque a maior parte dos acidentes e falhas em sistemas de bordo são causados por má interpretações pelos computadores das situações.

O pesquisador passou uma boa parte de agosto testando um protótipo em tamanho real projetado para proteger um astronauta.

O sistema de air-bag foi criado para a Orion, uma cápsula que está sendo desenvolvida pela Nasa (agência espacial americana) como um veículo de fuga que deverá ficar acoplado à ISS (Estação Espacial Internacional) para emergências.

A Nasa ainda lutava para diminuir o impacto violento causado pela aterrissagem sobre os astronautas quando ficou sabendo do projeto do estudante do MIT.

De acordo com um estudo apresentado por Do e por seu orientador de tese, Olivier de Weck, em uma conferência no ano passado, o sistema de air-bag foi inspirado na estrutura de sementes. Assim como um fluido envolve o embrião de uma semente, protegendo-a enquanto ela é distribuída, o sistema de air-bag da Orion envolve cada astronauta em uma almofada de ar, revelou Charlie Camarda, que estuda o desenvolvimento de sistemas de engenharia espacial que fujam dos modelos tradicionais.

Testes com o air-bag revelaram a importância da sincronização na liberação do gás pelo air-bag. Ao contrário do sistema usado em carros, que infla quando um gás quente é injetado neles na hora do impacto, o air-bag da Orion já tem gás na hora da colisão.

Se os air-bags não forem do tamanho suficiente ou não tiverem ar suficiente neles, o assento dos astronauta irá bater direto com o chão. Por outro lado, se houver gás suficiente no air-bag, mas ele não for liberado, o impacto fará com que o assento salte para cima, machucando o astronauta.

Quando a Nasa decidiu bancar a pesquisa por mais um ano, Do começou a testar um sistema de válvulas para fazer com que o gás saia na quantidade necessária. O estudante desenvolveu um modelo em computador para analisar como o tamanho do air-bag, por exemplo, poderia influenciar o risco de o astronauta se machucar no impacto.

Isso ajudou o estudante a criar o protótipo de um assento com quatro air-bags, cada um com cerca de 30 cm de comprimento por 60 cm de largura, com duas válvulas retangulares de cerca de 15 cm de largura. Os air-bags foram feitos de vectran, um material altamente resistente usado nos air-bags de várias sondas que pousaram em Marte. Mesmo que a Orion nunca chegue a voar, Do espera que o sistema possa interessar companhias espaciais.
desástres aéreos

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