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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Os limites do Santos Dumont



RIO - O cidadão carioca começa a perceber agora que a ampliação da capacidade de voos do Aeroporto Santos Dumont é capaz de causar problemas consideráveis à cidade.

São legítimas as queixas de moradores dos bairros periféricos ao aeroporto, tornadas públicas ontem pelo Jornal do Brasil. Fica patente que faltou planejamento à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) quando da aprovação da Resolução nº 75, em março, que liberou os voos em aeronaves de grande porte destinadas a outras cidades, além da tradicional ligação da ponte aérea Rio-São Paulo.

Ainda há tempo de reverter a situação e olhar com mais atenção para a verdadeira porta de entrada dos visitantes do Rio de Janeiro: o Internacional Galeão Tom Jobim.

A reclamação mais pertinente quanto à profusão de voos e horários do Santos Dumont diz respeito à queda de qualidade de vida dos que vivem em suas cercanias. O ruído provocado pelos aviões que se aproximam da pista tem tirado o sono de moradores de áreas altas e outrora bucólicas como Santa Teresa. Atividades cotidianas, como assistir à televisão ou falar ao telefone, têm de ser interrompidas a cada dois minutos, por conta da passagem de uma aeronave. A poluição sonora perturba até mesmo o sono, pois o tráfego aéreo começa por volta das 5h e só para depois da meia-noite.

O consolo – mesmo que temporário – é que haverá uma diminuição do aborrecimento, com a suspensão de alguns voos, que serão outra vez transferidos para o Aeroporto Internacional, por conta de uma reforma na pista. Ainda assim, moradores se perguntam se não seria possível uma alteração na rota das aeronaves, fazendo com que se aproximassem da cidade pelo mar, e não sobre área densamente povoada (o que diminuiria até mesmo o risco – mínimo, mas sempre presente – de acidentes graves). A ideia parece contar com a simpatia da Anac, que diz ter iniciado, semana passada, estudos que irão propor rotas alternativas de voo.

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), Ronaldo Jenkins, admite que o momento de trazer os voos de fora da ponte aérea para o Santos Dumont foi inadequado. À época da resolução da Anac, o sindicato permaneceu neutro por haver empresas a favor e contra a decisão. Conforme sublinhou o brigadeiro Allemander Pereira Filho, ex-diretor da Anac, em artigo publicado no JB, muito se falou dos benefícios de se ter a completa utilização da infraestrutura aeroportuária na cidade, sendo ressaltada a grande utilidade locacional do Santos Dumont pela sua proximidade com o distrito de negócios, quando comparado ao Aeroporto Internacional. Entretanto, pouco ou nada foi dito em relação aos impactos ambientais nos bairros vizinhos ou sobre os reflexos no trânsito já conturbado do Centro.

Ao que parece, o governador Sérgio Cabral tinha razão quando tentava barrar o aumento do tráfego no Santos Dumont. Quem sabe com o apoio do governo do estado, a decisão possa ser repensada.

Jornal do Brasil

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