Os aposentados da Varig, reunidos no fundo de pensão Aerus, esperam que o acordo da ação de defasagem tarifária permita que eles recebam integralmente seus benefícios, pois desde abril de 2006, quando o fundo entrou em processo de intervenção e liquidação, vêm recebendo apenas parcialmente. Mas, mesmo que isso aconteça e que as quantias atrasadas sejam depositadas, os ex-funcionários, que tiveram de baixar o padrão de vida, afirmam que nada pode fazer com que eles superem as dificuldades que tiveram de enfrentar.
"Nós perdemos uns cinco anos de vida. Machuca muito. É uma experiência de vida que eu não desejaria a ninguém", afirma o ex-comissário Sadi Deonilo Bonadeo Barcellos, de 65 anos, sendo 33 na Varig. Ele conta que recebe menos de 10% do seu benefício há pelo menos dois anos, pois é do plano 1 do Aerus, de benefício definido, o mais prejudicado. O plano 2, de contribuição definida, está em situação melhor, pagando até 70% dos benefícios.Por conta da redução de seu benefício, Sadi teve de migrar para o plano de saúde de sua esposa, negociou um desconto de 50% na mensalidade da escola de seus filhos e dispensou a empregada, entre outras medidas. Assim como Sadi, o comandante Zoroastro Ferreira Lima também faz parte do plano 1 do Aerus e enfrentou situação similar à de Sadi, pois recebe só 8% de seu benefício. "Para sobreviver, tive de vender bens para poder aguentar o tranco. O plano de saúde eu fui obrigado a migrar para o da minha mulher", afirma o comandante, que também espera conseguir voltar a receber integralmente seu benefício.
Agência Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário