Empresa quer conquistar classe C em horários ‘alternativos’.
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Maior companhia aérea do Brasil, a TAM viu sua fatia do mercado         nacional “encolher” no ano passado. Em janeiro de 2009, a         empresa detinha 49,51% do mercado. Em fevereiro deste ano, a         participação recuava para 42,42%.
       
        Segundo o presidente da companhia, Líbano Miranda         Barroso, a redução foi resultado da entrada de novas companhias         nessa disputa, ganhando espaço com passagens de baixo custo. O         foco da TAM, no entanto, não é vender barato; é tornar o cliente         fiel, afirmou o executivo em entrevista ao G1.
       
        “Nós não optamos apenas pelo preço, porque nós         entendemos que o cliente ele quer ter uma experiência de uma         viagem. Porque nós entendemos que a busca apenas pelo preço ela         não fideliza, o que fideliza é um serviço de qualidade“, disse         Barroso.
       
        Mas a TAM não está alheia à expansão da classe C,         e também está atrás do seu quinhão nesse novo público. Hoje com         cerca de 85% vindos das classes A e B, a empresa quer ganhar         novos passageiros em horários alternativos, oferecendo aos novos         passageiros passagens mais baratas em voos fora dos horários de         pico.
       
        Com mais passageiros da classe C voando, e o         aumento do tráfego esperado na Copa do Mundo e nas Olimpíadas,         os próximos anos trarão uma série de desafios à aviação         brasileira. O maior deles, segundo ele, será manter a qualidade         do serviço oferecido para um público cada vez maior.
       
        Barroso vê necessidade de incrementar a         infraestrutura aeroportuária brasileira, especialmente em São         Paulo, para acomodar essa expansão. Mas ele vê como passado o         caos aéreo, vivido nos aeroportos brasileiros nos últimos anos.
       
        O executivo também falou sobre os planos da TAM         para outros negócios, e sobre a reabertura do museu da         companhia, que deve ocorrer até o meio deste ano.
       
        Leia abaixo os principais trechos da entrevista do         G1 com Líbano Barroso.
         Desafios para atender a demanda crescente
        – O desafio principal é como manter a qualidade do serviço. É         como fazer para atender os clientes cada vez melhor em uma         indústria que tem crescido 15% nos últimos anos. 
Hoje nós temos no Brasil uma infraestutura aeroportuária de         qualidade. Porém, especialmente no terminal São Paulo, nós já         vemos que em três anos, provavelmente, já teremos os aeroportos         no limite da sua utilização. Então é necessário que nós tenhamos         investimento para aumento dessa capacidade.
       
        A experiência de gestão tem sido muito coordenada.         Nós tivemos no final de ano agora, de 2009, uma operação muito         coordenada, que funcionou bem, fluiu bem, mesmo com a         adversidade climática que nós tivemos. Isso foi uma mostra de         uma coordenação entre os vários entes dessa cadeia, que souberam         coordenar esse sistema que é muito interligado.
       
        Conquista da classe C
        – Em termos         de classes nós temos uma abrangência maior nas classes A e B,         provavelmente cerca de 85%, 90% dos nossos clientes são das         classes A e B. E nós queremos cada vez mais atrair o cliente da         classe C. Nós temos visto que os centros médios, as cidades de         médio porte, assim como a classe C, têm demonstrado um         crescimento muito acima da média, da classe A e B e dos grandes         centros.
       
        E como fazer isso? Nós temos capacidade de, nos         horários fora do pico, entre 10 da manhã e 5 da tarde, e das 8         da noite até as 6 da manhã, de sermos extremamente competitivos         em preço, inclusive com os ônibus. Acima de mil quilômetros de         uma viagem, nós somos competitivos com ônibus.
       
        Tarifas em alta
        – Nós tivemos uma         correção das tarifas no quarto trimestre. As tarifas ainda         ficaram cerca de 20% abaixo, ano sobre ano. Existe uma tendência         de uma recuperação nos preços sim, mas essa questão de preço é         muito dinâmica.
       
        Nós estamos muito otimistas com o ano, acreditando         que é um ano que o Brasil cresce, nosso setor cresce, e nós         estamos estimulando o tráfego. Nós estamos acreditando que, dado         que tem essa possibilidade de crescimento, [que] provavelmente         nós conseguiremos aumentar os preços, mas mantendo a         competitividade e o estímulo de viajar.
       
        O preço ele é uma conseqüência de um serviço         adequado. Nós não optamos apenas pelo preço, porque nós         entendemos que o cliente ele quer ter uma experiência de uma         viagem. Porque nós entendemos que a busca apenas pelo preço não         fideliza, o que fideliza é um serviço de qualidade.
       
        Planos de expansão
        – Para o ano         de 2010 nós receberemos mais dois aviões A 330, que num primeiro         momento nós vamos atender a Copa da África do Sul em [cerca         de] 40 voos fretados. Depois disso, esses aviões serão         utilizados num novo destino, que nós estamos em processo de         definição, e que será no Hemisfério Norte ou na África. Vamos         divulgar nos próximos meses, mas pode ser um novo destino ou uma         nova frequência onde nós já estamos voando.
       
        A partir de abril seremos um membro Star Alliance         (aliança mundial de empresas aéreas). Com isso nós estaremos         oferecendo, para os brasileiros e também para os estrangeiros         mais de mil destinos, mais de 170 países e também a integração         com cerca de 26 companhias aéreas no mundo. Nós estimamos que         com a entrada na Star Alliance nós teremos, de forma         conservadora, no mínimo um aumento de US$ 60 milhões nas nossas         receitas internacionais.
       
        Participação de mercado
        – No mercado doméstico, nós tivemos crescimento do         número de passageiros em torno de 17%. Nós acompanhamos esse         crescimento, mas tivemos novos entrantes. E aí é uma questão         mais matemática mesmo. Essa diluição é uma diluição natural. Não         perseguimos o market share [participação de mercado] pelo market         share. Nós queremos sim é uma posição de mercado forte, para         atender bem o cliente, oferecer destinos, e com rentabilidade.
       
        Outros negócios
        – Nossa visão de longo prazo para o grupo é que a         espinha dorsal do grupo, o negócio principal, é a companhia         aérea. E será [...] nos próximos dez a quinze anos. Mas nós, ao         longo do tempo, estamos desenvolvendo algumas áreas de negócio         que têm uma vocação ligada à aviação, mas que têm uma vocação e         dinâmica própria.
Nós temos a nossa operadora de turismo, a TAM Viagens. Outro         exemplo é a nossa área de carga, muito complementar à área de         passageiros, porque nós utilizamos o porão das aeronaves para         transporte de carga. E o outro exemplo é o Multiplus, que é o         programa de fidelidade da TAM.
       
        Então esses são exemplos de áreas que nós vamos         desenvolver, ligadas à aviação, mas sempre tendo como visão         estratégica que o negócio principal é a companhia aérea.
       
        Multa por descumprimento das regras do call center
        (A TAM foi multada este mês pelo Ministério da Justiça         por descumprir as regras de atendimento telefônico)
        – Nós investimos no call center, nós temos hoje uma capacidade         de atendimento, dentro do que preconiza a legislação, de forma         rápida, com toda a tecnologia, com toda a cortesia, atendimento         humano. Nós temos o Fale com o Presidente, [com] pessoas         preparadas para atender ao longo da semana, inclusive no final         de semana.
       
        Museu da TAM
        – Nós estamos reabrindo nosso museu em junho, nessa         reabertura nós mostraremos um investimento muito importante,         patrimônio para os brasileiros, de cultivo à história da aviação         brasileira. E vai ser reaberto com um acervo quase que o dobro         do que tinha. Estamos investindo tanto em edificação quanto         acervo, e teremos uma plataforma de tecnologia pra permitir         interatividade. Estamos planejando os últimos detalhes.
g1 
 
 
 
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