Sob muito sol, tremenda umidade e temperaturas que chegavam aos 40 graus, Alfred Hagen finalmente viu o ventre do bombardeiro da Segunda Guerra Mundial, no qual ele tanto trabalhou para retirar de um remoto pântano em Papua Nova Guiné.
Hagen, um empresário norte-americano, estava bastante preocupado em manter a fuselagem de seis toneladas, parcialmente inundada, em uma única peça. Quando um helicóptero começou a levantá-la, Hagen – sobre a asa direita separada do avião – começou a ficar nervoso.
“A fuselagem subia e descia, rangendo”, ele disse. “Meu estômago estava embrulhando. Eu temia que não fosse conseguir... Ele apenas levantou-a e foi embora”. Isso aconteceu em 2006.
Hagen teria que esperar mais três anos e oito meses para colocar o B-17E Flying Fortress, apelidado de “Swamp Ghost”, em um navio para a Nova Zelândia, onde agora aguarda transporte para Los Angeles – devendo chegar lá em meados de abril. Ele tem um acordo de exibição com o Museu Aeroespacial Pima, em Tucson, no Arizona.
Empresário do ramo de construção e também um entusiasta da aviação, Hagen teve um tio-avô morto na Nova Guiné durante a guerra. Durante a última década, ele fixou sua atenção no Swamp Ghost, que avistou pela primeira vez em 1996.
“Eu me apaixonei no instante em que desci lá para vê-lo”, disse Hagen. “É como quando você é jovem... caminhando pela rua e vê uma bela mulher, e você quer tê-la com todas as fibras do seu ser”. E concluiu: “Eu simplesmente pensei: que belo avião”.
O Swamp Ghost decolou ao amanhecer de 23 de fevereiro de 1942 da base de Townsville, na Austrália, para atacar os navios japoneses no porto de Rabaul, na Nova Bretanha. Ao chegar ao alvo, contudo, as portas do compartimento de bombas não abriram, e a tripulação decidiu circundar o alvo mais uma vez. Desta vez o compartimento abriu-se, mas também subiram os caças japoneses.
Durante os próximos 30 ou 40 minutos diversos Zeros alvejaram o avião, e 33 furos de bala foram feitos na cauda. Uma cápsula antiaérea também atingiu a asa direita do B-17.
O Swamp Ghost escapou do ataque e voou para a Nova Guiné, onde foi reabastecido em Port Moresby, mas a tripulação logo percebeu que não tinha potência suficiente para superar a cordilheira Owen Stanley.
O piloto então fez um pouso forçado no que pensava ser um campo gramado. Mas assim que tocaram a vegetação, perceberam que haviam pousado num pântano, e o bombardeiro deslizou 90 graus de lado.
A tripulação saiu e viu-se em meio a mais de um metro de água. Após quatro dias de caminhada sob intenso calor, nos quais alguns membros começaram a sofrer de alucinações, eles encontraram nativos. Então, após mais cinco semanas de viagem, finalmente conseguiram chegar a Port Moresby.
Em 1999, Hagen assinou um contrato de compra da fuselagem com o Museu Nacional de Papua Nova Guiné, no valor de 100 mil dólares. Mas devido a atrasos de diversas naturezas, somente em 2005 ele obteve permissão de retirar o B-17 do país.
Um dos únicos quatro B-17E recuperados no mundo, o Swamp Ghost entrará em exibição ainda este ano. O objetivo a longo prazo é restaurá-lo às condições de voo.
Fonte: Philadelphia Daily News, 6 de março de 2010.
Hagen, um empresário norte-americano, estava bastante preocupado em manter a fuselagem de seis toneladas, parcialmente inundada, em uma única peça. Quando um helicóptero começou a levantá-la, Hagen – sobre a asa direita separada do avião – começou a ficar nervoso.
“A fuselagem subia e descia, rangendo”, ele disse. “Meu estômago estava embrulhando. Eu temia que não fosse conseguir... Ele apenas levantou-a e foi embora”. Isso aconteceu em 2006.
Hagen teria que esperar mais três anos e oito meses para colocar o B-17E Flying Fortress, apelidado de “Swamp Ghost”, em um navio para a Nova Zelândia, onde agora aguarda transporte para Los Angeles – devendo chegar lá em meados de abril. Ele tem um acordo de exibição com o Museu Aeroespacial Pima, em Tucson, no Arizona.
Empresário do ramo de construção e também um entusiasta da aviação, Hagen teve um tio-avô morto na Nova Guiné durante a guerra. Durante a última década, ele fixou sua atenção no Swamp Ghost, que avistou pela primeira vez em 1996.
“Eu me apaixonei no instante em que desci lá para vê-lo”, disse Hagen. “É como quando você é jovem... caminhando pela rua e vê uma bela mulher, e você quer tê-la com todas as fibras do seu ser”. E concluiu: “Eu simplesmente pensei: que belo avião”.
O Swamp Ghost decolou ao amanhecer de 23 de fevereiro de 1942 da base de Townsville, na Austrália, para atacar os navios japoneses no porto de Rabaul, na Nova Bretanha. Ao chegar ao alvo, contudo, as portas do compartimento de bombas não abriram, e a tripulação decidiu circundar o alvo mais uma vez. Desta vez o compartimento abriu-se, mas também subiram os caças japoneses.
Durante os próximos 30 ou 40 minutos diversos Zeros alvejaram o avião, e 33 furos de bala foram feitos na cauda. Uma cápsula antiaérea também atingiu a asa direita do B-17.
O Swamp Ghost escapou do ataque e voou para a Nova Guiné, onde foi reabastecido em Port Moresby, mas a tripulação logo percebeu que não tinha potência suficiente para superar a cordilheira Owen Stanley.
O piloto então fez um pouso forçado no que pensava ser um campo gramado. Mas assim que tocaram a vegetação, perceberam que haviam pousado num pântano, e o bombardeiro deslizou 90 graus de lado.
A tripulação saiu e viu-se em meio a mais de um metro de água. Após quatro dias de caminhada sob intenso calor, nos quais alguns membros começaram a sofrer de alucinações, eles encontraram nativos. Então, após mais cinco semanas de viagem, finalmente conseguiram chegar a Port Moresby.
Em 1999, Hagen assinou um contrato de compra da fuselagem com o Museu Nacional de Papua Nova Guiné, no valor de 100 mil dólares. Mas devido a atrasos de diversas naturezas, somente em 2005 ele obteve permissão de retirar o B-17 do país.
Um dos únicos quatro B-17E recuperados no mundo, o Swamp Ghost entrará em exibição ainda este ano. O objetivo a longo prazo é restaurá-lo às condições de voo.
Fonte: Philadelphia Daily News, 6 de março de 2010.
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