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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Quem ERA o "estranho" que estava no cockpit do avião que matou Kaczynski?


Investigação confirma que pelo menos uma pessoa não pertencia à tripulação

O que se passou realmente no cockpit do avião que caiu na cidade russa de Smolensk e matou o presidente polaco Lech Kaczynski e outras 95 pessoas no dia 10 de Abril? As caixas negras já tinham confirmado que o Tupolev-154 não tinha qualquer falha técnica, mas os investigadores russos do Comité de Aeronáutica Interestatal (MAK) divulgaram ontem um novo dado intrigante: no cockpit estava pelo menos uma pessoa que não fazia parte da tripulação.

Mesmo com a porta da cabine aberta, o que dificultou o trabalho de identificação, os investigadores conseguiram detectar "claramente" vozes alheias à tripulação devido a um "equipamento único" para apagar o ruído envolvente, avançou Tatiana Anodina, responsável pelo comité que está a investigar as causas da queda do avião presidencial e reúne países da ex-União Soviética.

"Uma das vozes foi identificada, a outra, ou as outras, devem ser submetidas a uma identificação adicional por parte da Polónia", acrescentou Anodina, citada pelas agências russas. Nas gravações, as vozes de estranhos são ouvidas 16 a 20 minutos antes do desastre que vitimou também a mulher de Kaczynski e vários políticos e oficiais polacos, disse o responsável polaco da investigação.

As causas do acidente ainda estão envoltas em mistério. Mas, tal como as conversas registadas pelas caixas negras tinham sugerido, a causa mais provável será um erro humano. Excluídas estão as teses de explosão, acto terrorista, incêndio ou falha técnica. "Os motores funcionaram até ao momento em que o avião colidiu com o solo", garantiu Anodina. Mais: o sistema de navegação estava ligado e "a tripulação recebeu toda a informação relativa às condições meteorológicas e a aeroportos alternativos".

O director do comité técnico do MAK, Alexeï Morozov, confirmou tudo ontem em conferência de imprensa: "Durante a comunicação com o controlador de tráfego aéreo do aeroporto de Smolensk, este último avisou duas vezes que o aeroporto estava submerso em nevoeiro, que a visibilidade era de 400 metros [em vez dos 1000 estipulados pelas normas da aviação] e que as condições de recepção não estavam reunidas."

Dois dias após o desastre, uma reconstituição feita por computador mostrou que o piloto fez quatro tentativas de aproximação à pista. Na última terá ignorado as orientações da torre de controlo, aproximando-se em altitude insuficiente e embatendo numa árvore antes de cair. Pilotos pressionados? Se não havia falhas técnicas e os pilotos foram avisados de que não estavam reunidas as condições para uma aterragem segura, o que aconteceu e quem é o "estranho" no cockpit cuja identidade não foi revelada? "É preciso investigar em que medida essas pessoas influenciaram a decisão (de aterrar), já que é de grande importância para a investigação e para determinar as causas do acidente", disse Tatiana Anodina, acrescentando esperar apresentar conclusões em breve.

Segundo o director do comité técnico, a tripulação foi formada poucos dias antes do voo que levaria Kaczynski e a comitiva até à localidade russa de Katyn para homenagear os 20 mil polacos mortos pelo regime estalinista. Sem treino específico para voos especiais, teriam falta de experiência, sugeriu Morozov. Após o acidente, o controlador aéreo russo admitiu ter tido dificuldade em entender os pilotos polacos, que não dominavam bem a língua de Vladimir Putin.

Embora as autoridades polacas e os investigadores russos garantam não haver provas que a sustentem, os novos dados divulgados não invalidam a tese de que os pilotos terão sido pressionados para aterrar, a bordo do avião.

Em Abril, o antigo primeiro-ministro polaco, Leszek Miller, disse ao "Guardian" que acreditava ser possível que o presidente tivesse ordenado a aterragem, já que fazia questão de chegar a tempo para o 70.o aniversário do massacre de Katyn. A decisão de Kaczynski, que não morria de amores pela Rússia, seria semelhante à que já fora tomada em Agosto de 2008, quando entrou num Tupolev rumo à Geórgia, na altura em conflito com Moscovo.
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