Azul Linhas Aéreas terá três aviões cargueiros operando dentro de 12 meses para reforçar a operação de seu braço de encomendas, a Azul Cargo, que acabou de completar um ano de atuação.
Segundo a companhia, ainda não está decidido que modelos de aviões serão utilizados, mas a capacidade de cada um pode variar de 7 a 25 toneladas, de acordo com a demanda do mercado nacional.
As novas aeronaves, na verdade antigos aparelhos de passageiros adaptados à operação de carga, vêm para reforçar o segmento que hoje representa 3% do faturamento da Azul.
Por enquanto, a atuação da companhia em cargas se limita à utilização dos porões dos aviões de passageiros. Segundo seu presidente, Pedro Janot, a Azul contabilizará 26 aeronaves ao fim de 2010, cinco a mais do que o inicialmente previsto, apurou o repórter Fernando Scheller.
A operação de cargas da empresa hoje atinge 2,2 mil municípios, ou o equivalente a 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Até o fim do ano, a meta é chegar a 3,5 mil cidades, com influência numa área que concentra 90% das riquezas geradas no País.
Hoje, a Azul Cargo conta com 32 lojas: até o fim do ano, serão pelo menos 50. Para reforçar sua atuação no segmento, a companhia lançou ontem um novo produto, o Azul Cargo 10. O conceito é o mesmo do Sedex 10, dos Correios, em que a entrega é garantida até as 10h do dia seguinte ao do despacho da encomenda. A empresa também oferece aos clientes uma modalidade que garante a entrega da encomenda nas mãos do destinatário até duas horas depois do momento do pouso do avião que transporta o pacote.
de aviões cargueirosAinda como parte da estratégia de sinergia entre as operações de passageiros e de encomendas, a Azul iniciará a ligação por ônibus do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, com Congonhas, em São Paulo. Serão 11 frequências diárias, a partir de 13 de setembro, com traslado de passageiros e transporte da encomendas da Azul Cargo.
Sobre a possibilidade de os Correios iniciarem uma operação própria de transporte aéreo de cargas, a companhia pondera que essa necessidade se desenha porque os parceiros da estatal não vêm conseguindo cumprir prazos, especialmente os relacionados ao serviço Sedex 10. Entretanto, de acordo com Gianfranco Beting, diretor de marca da Azul, essa não seria a melhor alternativa para solucionar o problema. "Nenhum país teve sucesso na criação de uma empresa pública para transporte aéreo de encomendas", afirmou Beting
Sobre a fusão entre a brasileira TAM e a chilena LAN, Janot disse que inicialmente vê nas sinergias nos voos internacionais como as mais evidentes para a nova Latam num primeiro momento, embora admita que elas também existam no setor de cargas e de transporte doméstico de passageiros. Segundo ele, seguir os passos da TAM e da LAN não está no radar da Azul. "A aviação comercial é um mercado competitivo, mas mostramos que existe vida fora dos aeroportos de Guarulhos, Brasília, Congonhas e Galeão", afirmou Janot. "Estamos dentro do planejamento, nossos investidores estão satisfeitos e têm os bolsos fundos."
estadão
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