As projeções otimistas das aéreas regionais refletem os estudos da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar), que apontam para o setor - que envolve mais de 20 empresas - um crescimento médio de 11% ao ano, percentual que poderia ser maior por conta da demanda no País, acredita a entidade, mas tende a ser freado por enquanto, principalmente pelas dificuldades encontradas em decorrência da falta de infraestrutura nos aeroportos brasileiros, que preocupa o setor.
No caso da Trip Linhas Aéreas, o otimismo quanto ao crescimento da empresa nos próximos anos vem, em parte, dos bons resultados obtidos pela companhia nos últimos anos, com uma média de crescimento de 50%. Somente em 2009, a empresa contabilizou um crescimento de 70% nos negócios em relação ao ano anterior, e faturou aproximadamente R$ 500 milhões - cifra que representa aumento de 56% em relação a 2008. "Mesmo com crise econômica e com os reflexos da gripe suína, que abalaram o setor de aviação, a Trip teve um ótimo ano", comemorou Evaristo Mascarenhas, diretor de Marketing da empresa, em entrevista ao DCI.
Mascarenhas contou que em 2009 a empresa fechou o ano com 27 aeronaves e 73 cidades atendidas, e já no começo deste ano a empresa recebeu mais cinco aeronaves, e ainda irá receber mais quatro, sendo que 5 destas aeronaves foram compradas da empresa brasileira Embraer, com recursos da própria Trip. "Temos conseguido fazer investimentos sem subsídios públicos, mas seria bem vinda qualquer ajuda do governo", frisou ele.
Segundo o diretor da empresa, o mercado no interior ainda é pouco explorado por companhias aéreas, e a ideia principal da empresa é justamente atender a este mercado. "O interior ainda é mal servido por transporte aéreo, queremos servir 92 cidades e 21 estados em 2010."
Além desses planos, a empresa - com mais de 11 anos de atividade no Brasil -, controlada pelos Grupos Caprioli e pela Águia Branca, ambos com tradição em transporte de passageiros, é hoje a maior companhia aérea regional do País por atender o maior número de cidades e contar com a maior frota de aeronaves regionais, e atualmente já estuda a possibilidade de abrir capital. "Existe interesse em abrir capital, já estamos estudando algumas possibilidades. No entanto não há qualquer previsão de quando isso irá acontecer", informou Mascarenhas.
A aérea também acaba de ampliar sua malha com novas rotas para o aeroporto de Guarulhos (SP). Desde o dia 1º de março, novos voos dela começaram a ligar à capital paulista as cidades de Navegantes, Joinville e Criciúma, em Santa Catarina, e a regiões mineiras de Ipatinga, Governador Valadares e Juiz de Fora. Outras que têm interligações nessas rotas são São José do Rio Preto (SP), Belo Horizonte (MG) e Londrina (PR) que também terão acesso a voos para o aeroporto paulista. "Decidimos elaborar uma eficiente rede de transporte aéreo que possa promover a integração regional com a ampliação de nossos voos no principal aeroporto do continente sul-americano", explicou o diretor.
Aquisições
Recente no mercado interno, em que passou a operar há cinco meses, a paranaense Sol Linhas Aéreas, que pertence ao empresário Marcos Solano e opera atualmente duas aeronaves - com 19 assentos -, pretende adquirir em 2010 mais três aeronaves, agora com 40 lugares. A meta é também ampliar parcerias. "Estamos estudando uma parceria com a Gol Linhas Aéreas, já que operamos em rotas que eles não voam. Também estamos muito interessados em abrir o capital da empresa", ressaltou Solano. O executivo destacou que a grande missão da empresa é continuar em operação, pois o mercado é muito disputado e dificilmente uma empresa consegue se manter sem parcerias - por isso a conversa com a Gol e com a Azul Linhas Aéreas, por exemplo.
A paulista Passaredo Linhas Aéreas, que pertence ao Grupo Passaredo, que prevê dobrar o faturamento este ano, além do número de passageiros transportados, para 800 mil, e trocar todas as aeronaves antigas (turboélice) por novas (a jato), ao passar de 9 aviões para 11, com mais assentos, afirma ter dobrado o seu tamanho nos últimos anos. Ano passado, a aérea registrou um crescimento de 70% nas operações em relação a 2008, com faturamento de R$ 110 milhões - incremento de 46% em relação ao ano anterior, comentou o diretor comercial e de planejamento da Passaredo, Ricardo Cagno.
Aeroportos
Apesar do otimismo das aéreas regionais, recentes declarações do ministro da Defesa, Nelson Jobim, sobre o governo federal não fazer concessões de aeroportos à iniciativa privada em 2010, deixando a "decisão" para a próxima administração, criaram receio das empresas regionais em relação à infraestrutura dos aeroportos secundários no Brasil.
Segundo o presidente da Abetar, Apostole Lazaro Chryssafidis mesmo se o governo investisse hoje na recuperação e modernização dos aeroportos menores, o País ainda levaria 3 anos para obter resultados. "Se continuarmos adiando as reformas necessárias na infraestrutura dos aeroportos, não chegaremos a Copa do Mundo de 2014, em condições de atender a demanda", comentou. O presidente da aérea Sol também se mostra desanimado com a decisão do governo federal. "Não há condições", disse Solano.
Com R$ 100 milhões para operar na área de aviação regional, a companhia Puma Air Linhas Aéreas inicia suas operações este mês, e contará nesta primeira etapa com uma aeronave Boeing 737-300 para seis voos diários entre Belém (PA), Macapá (AP) e Guarulhos (SP). "O projeto de expansão prevê mais três aeronaves até junho, o transporte de um milhão de passageiros nos primeiros 12 meses e faturamento de R$ 70 milhões em 2010", antecipa o presidente e também acionista da Puma, Gleison Gambogi.
Este é um exemplo da expansão das companhias de aviação regional, setor que hoje tem mais de 20 empresas. Elas concorrem em linhas deixadas pelas grandes com a crise e operam com aeronaves de no máximo 90 poltronas que circulam por aeroportos (hubs) menores. Atendem cidades de porte pouco explorados por TAM, Gol, Webjet e Azul.
A líder da aviação regional, a Trip, da família Capriolli, dobrará sua frota em quatro anos, ao chegar a 60 aviões, afirma o diretor de Marketing da empresa, Evaristo Mascarenhas. A projeção é de atingir R$ 1 bilhão, ante a previsão de R$ 700 milhões em 2010, e em breve abrir o capital. "Mesmo com crise e os reflexos da gripe suína, a Trip teve um ótimo ano de 2009."
Outra que estuda abrir o capital, apesar de operar há apenas cinco meses, é a paranaense Sol Linhas Aéreas, com duas aeronaves de 19 lugares cada. "Ainda estudamos parceria com a Gol, já que operamos em rotas em que eles não voam", ressaltou o dono da empresa, Marcos Solano.
A concorrente paulista Passaredo Linhas Aéreas prevê dobrar o faturamento e o número de passageiros transportados, para 800 mil, este ano, e vai trocar todas as aeronaves antigas (turboélice) por novas (a jato), ao passar de 9 aviões para 11, com mais assentos, este ano, diz o diretor comercial e de Planejamento, Ricardo Cagno.
Com o investimento em infraestrutura aeroportuária em cidades de porte médio, a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) prevê aumentar sua participação na aviação comercial brasileira com a Copa e as Olimpíadas. "O mercado como um todo está bastante promissor", comentou Luiz Hamilton Lima, diretor de Aviação Comercial da Embraer para a América Latina.
DCI
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