SÃO PAULO - O Aeroporto de Guarulhos teve 11 chegadas de voos vindos da Europa canceladas nesta segunda-feira, entre elas quatro de Paris e três de Londres, por causa do fechamento do espaço aéreo naquele continente, causado pelas cinzas do vulcão Eyjafjallajoekull. Meteorologistas britânicos afirmam que as cinzas podem atingir a costa leste do Canadá nesta segunda-feira durante o dia. A maioria dos voos para a Europa ocorre à tarde e, por isso, ainda não há decisões sobre cancelamento de partidas.
Neste domingo, 24 voos foram cancelados, 12 partidas e 12 chegadas. Os destinos e pontos de partida afetados foram Londres, Milão, Paris, Frankfurt, Munique, Zurique, Amsterdã. A brasileira TAM foi a empresa mais prejudicada pelos efeitos provocados pela nuvem vulcânica, já que teve cinco partidas e cinco chegadas canceladas.
O administrador de empresas Péricles Mattos e a administradora de empresas Tatiana Krukoski foram passar a lua-de-mel em Londres. Deveriam ter voltado ao Brasil na quinta-feira, dia em que o caos começou. A situação só não é pior porque o casal está hospedado na casa de amigos.
- Estamos viajando, estamos finalmente na Europa. Mas agora queremos voltar - disse Tatiana Krukoski ao 'Fantástico', da TV Globo.
Um piloto relatou uma pane causada por cinzas de vulcão num voo noturno. O avião, um jumbo da British Airways, seguia de Londres para Nova Zelândia com 247 passageiros a bordo. Durante a noite de 24 de junho de 1982, o piloto não viu a nuvem de fumaça vulcânica. Quando a aeronave entrou nela, as turbinas pararam de funcionar. A pane durou 15 minutos.
Para o ex-comandante daquele avião, foi uma eternidade. Eric Moody jamais vai se esquecer do momento em que as turbinas silenciaram na imensidão do céu. O jumbo voava a 11 mil metros de altitude, quando mergulhou na fumaça carregada de cinzas vulcânicas que entupiram os motores.
- Tentamos tudo o que aprendemos nos simuladores de voo. Nada funcionou. Então decidi embicar o avião para baixo, para ganhar velocidade e continuar planando. Enquanto isso, o co-piloto e os mecânicos tentavam religar as turbinas - lembra o piloto.
- Quando o avião chegou a 7 mil metros, quase a metade da altitude de Cruzeiro, estávamos sobre a Ilha de Java, na Indonésia. A ideia era tentar pousar no mar. Usei o alto-falante, que foi ouvido por todos. Fui transparente e sincero, sem perder o otimismo: senhores passageiros, tivemos um problema e perdemos a força das quatro turbinas. Estamos buscando uma solução.
Depois de 15 minutos, com o avião já abaixo da nuvem vulcânica, as quatro turbinas voltaram a funcionar. Por causa do que aconteceu com o comandante britânico, as companhias aéreas não se arriscam mais.
o globo
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