Um dia depois de companhias aéreas europeias realizarem testes para provar que é seguro voar, a Associação Internacional de Aviação Comercial (IATA) aderiu à causa, pedindo a reabertura urgente do espaço aéreo.
A Associação criticou o que chamou de "reação exagerada" da Europa às cinzas após a erupção do vulcão Eyjafjallajoekull, na Islândia. A proibição, que vigora desde a última quinta-feira, provoca um prejuízo diário de até 250 milhões de dólares às empresas. As perdas podem superar as registradas após os ataques de 11 de setembro, nos Estados Unidos, que abalaram a aviação internacional.
O presidente da Iata, Giovanni Bisignani, criticou a maneira como as autoridades europeias estão lidando com o assunto. Ele disse que será "embaraçoso" quando houver, dentro de algumas semanas, uma análise dos danos reais que a nuvem de cinzas pode provocar.
Nesta segunda-feira, os ministros de Transportes da União Europeia promovem uma videoconferência sobre a situação. É a primeira reunião, mesmo que virtual, para discutir a maneira como lidar com a crise.
Apesar dos prejuízos exorbitantes, autoridades da União Européia dizem que não podem comprometer a segurança dos passageiros. A preocupação é que as partículas provocadas pela erupção - que contêm diversas substâncias, inclusive vidro - poderiam danificar ou até parar turbinas e, então, derrubar aviões.
Cautela - Apesar das proporções da crise e das perdas das companhias aéreas, a Eurocontrol, que reúne em Bruxelas os escritórios nacionais de controle do tráfego aéreo da Europa, é cautelosa. Informou, por meio de seu twitter, que não tomará a decisão de abrir ou fechar o espaço aéreo. Afirmou que apenas se baseia em informações meteorológicas e dados científicos para emitir suas recomendações.
As empresas aéreas afirmam que os governos europeus estão exagerando na reação à ameaça, confiando em dados incompletos de modelos feitos por computadores em vez de acreditar em testes reais no espaço aéreo europeu.
Companhias aéreas - Diversas companhias, como a alemã Lufthansa e a holandesa KLM, realizaram voos testes durante o fim de semana e não constataram dano algum às aeronaves.
A British Airways também informou que levou cinco pessoas - inclusive o diretor executivo da empresa, Willie Walsh - em uma destas viagens testes e não houve problema. O Boeing 737 decolou de Londres, sobrevoou a Irlanda e posou em Cardiff, no País de Gales.
"As condições estavam perfeitas e a aeronave não encontrou nenhuma dificuldade", disse a empresa em um comunicado.
Crise econômica - Desde a quinta-feira da semana passada, 63 mil vôos foram cancelados. Apenas no último domingo, 23 mil aviões deixaram de voar, na Europa. Segundo a Eurocontrol, apenas 30% das aeronaves que deveriam decolar, nesta segunda-feira, vão realmente sair. Ou seja, são cerca de oito mil voos em vez de 28 mil, conforme o previsto anteriormente.
O fechamento do espaço aéreo atinge em cheio as companhias, que ainda tentam se recuperar da crise econômica mundial.
Com medo das conseqüências, pilotos britânicos já se juntaram para buscar ajuda. Eles pedem ao governo um socorro às companhias aéreas semelhante àquele foi dados aos bancos, entre 2008 e 2009. “O governo precisa mostrar o mesmo empenho para conter a crise como quando impediu que bancos afundassem”, disse a Associação de Pilotos de Companhias Britânicas.
A Comissão da União Europeia já informou que está está disposta a autorizar que os Estados membros concedam ajudas públicas "excepcionais" às companhias afetadas pelo caos aéreo.
No Brasil, pelo menos 17 vôos com destino à Europa foram cancelados, nos aeroportos internacionais de São Paulo e Rio de Janeiro.
veja.com
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