Desde 15 de julho um dia depois da festa nacional da Queda da Bastilha , os franceses comemoram antecipadamente a compra de 36 caças Rafale para a Força Aérea Brasileira (FAB), supostamente ratificada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Ministério da Defesa informou à reportagem que a exposição de motivos técnicos e políticos pelo ministro Nelson Jobim deve sair nos próximos dias. O relatório, segundo adiantado no fim de junho pelo Correio e pelo site Inforel (especializado em notícias internacionais), resume em 40 páginas as mais de 20 mil geradas em documentos dos comandos da FAB e da Marinha sobre a compra dos caças.
Com o Rafale, a francesa Dassault lideraria a preferência sobre o F/A-18 Super Hornet, da americana Boeing, e o Gripen NG, da sueca Saab, depois de uma alteração com base na nova Estratégia Nacional de Defesa (END), que mudou os pesos da avaliação e deu mais valor à transferência de tecnologia, reduzindo a importância dos custos de aquisição e manutenção da aeronave.
Também há rumores de que Lula já estaria estudando o relatório desde maio e junho.
Espero tranquila e serenamente, o anúncio ou a declaração do presidente Lula prevista para o mês de julho, declarou o ministro francês da Defesa, Hervé Morin, ao canal de TV LCI, em meados do mês passado. O Brasil é um sócio estratégico maior e decidiu refazer seu exército com a indústria francesa, anunciou ainda o ministro.
Luis Alexandre Fuccille, pesquisador da Facamp, pesquisador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp, considera que a confirmação do Rafale seria uma boa decisão. Esse projeto vem sendo postergado há muito tempo, desde o governo do presidente Fernando Henrique, que acabou deixando para Lula, e estamos no fim do governo Lula sem nenhuma decisão tomada sobre um projeto que é para ontem importantíssimo para a defesa da nossa independência e soberania nacional e, sobretudo, para esse maior protagonismo que o Brasil busca na cena internacional, analisa Luis Alexandre.
Meu único senão seria talvez com relação à conveniência de uma decisão tão importante faltando menos de seis meses para o fim do mandato, aponta o pesquisador, pois a conta e as implicações ficarão para o governo seguinte. Teria sido desejável que tivesse sido antes.
Enquanto os franceses comemoram a decisão do governo brasileiro pelo Rafale e sua parceria estratégica, os suecos comemoram este mês um ano de trabalho com a indústria brasileira. “Estamos há um ano projetando com empresas brasileiras a fuselagem, intermediária, traseira, parte das asas e portas do trem de pouso para o Grippen Mundial”, diz Begt Janer, da assessoria assessoria da SAAB.
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