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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Para sobreviventes, habilidade dos militares foi fundamental

Imagem divulgada pela FAB mostra o momento em que os sobreviventes são encontrados Foto: FAB/Divulgação


Imagem divulgada pela FAB mostra o momento em que os sobreviventes são encontrados
01 de novembro de 2009
Foto: FAB/Divulgação


Depoimentos prestados pelos sobreviventes do pouso forçado de um avião da FAB em um igarapé da região amazônica na última quinta afirmaram que a orientação dada pela tripulação e a calma dos passageiros foram fundamentais para que, das 11 pessoas à bordo, nove sobrevivessem.

O avião C-98 Caravan pertencente ao 7º Esquadrão, sediado em Manaus (AM), realizou um pouso forçado na manhã de quinta-feira, quando voava entre as cidades de Cruzeiro do Sul (AC) e Tabatinga (AM). Onze pessoas estavam a bordo, sendo quatro militares e sete funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Duas pessoas morreram na ocasião e nove conseguiram se salvar.

De acordo com o servidor da Funasa Marcelo Nápoles, em nenhum momento os militares perderam a calma. Ele afirmou que foi o suboficial Marcelo Dias - que não sobreviveu - quem abriu a saída de emergência, segurou a porta e ficou esperando todos saírem. "Quando a aeronave foi batendo na água, o tenente Ananias (segundo-tenente José Ananias da Silva Pereira) disse 'quem confia em Deus, confie agora porque a gente vai pousar na água'", disse.

"A situação causou desespero. Só acalmou quando o avião voltou e avistou a gente. Todos se emocionaram muito. Nos abraçamos e choramos juntos", afirmou Nápoles.

A sobrevivente Maria das Graças Nobre disse que todos foram orientados por Pereira a se prepararem para o pouso forçado, colocando-se em posição de emergência e de proteção. Ela afirmou que o local onde o avião pousou fica perto da parte rasa do igarapé Jacurapá e que uma das maiores preocupações era com a enfermeira Josiléia Vanessa de Almeida, que não sabe nadar e está grávida. "Na medida do possível, as pessoas conseguiram manter a calma. Tínhamos muita confiança de que o resgate seria feito", disse.

Josiléia Vanessa Almeida disse que, por não saber nadar, ficou ainda mais assustada. Contudo, ela conseguiu ser auxiliada pelos militares e chegar à margem do pequeno rio com segurança. Josiléia, que está grávida de três meses, não teve nenhum problema com a gestação. Para ela, os militares tiveram total habilidade para conduzir a situação. "Ouvimos um barulho estranho. O mesmo barulho se repetiu. O mecânico foi lá, olhou, disse que não teria jeito. Pediu para que todos ficassem em posição de impacto e tirassem os sapatos, relógios e tudo o que pudesse obstruir nossa saída", disse.

O tenente de infantaria Wanderson Menezes um dos membros da equipe de resgate, afirmou que a maior expectativa era encontrar todos vivos. Segundo Menezes, Josiléia foi a primeira a subir para o helicóptero que fez o resgate dos sobreviventes. "Nesse momento, temos que colocar a emoção de lado e fazer com que o trabalho aconteça com a maior segurança possível. No caso da Josiléia, para a nossa felicidade, salvamos duas vidas, a dela e a do bebê", disse.

A retirada da aeronave do local do acidente ainda não aconteceu. A área está localizada em meio a floresta e o acesso é dificultado pela mata fechada.

TERRA

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